Protesto contra descriminalização da corrupção reúne 60 mil romenos
Cerca de 60 mil pessoas, segundo a emissora pública "TVR", protestaram nas principais cidades da Romênia neste domingo contra um projeto de lei que prevê a descriminalização de certos crimes de corrupção.
Apesar das temperaturas abaixo de zero, aproximadamente 33 mil cidadãos lotaram pelo segundo domingo consecutivo o centro de Bucareste em uma manifestação que começou na Praça Universitária - onde ocorreram os protestos que marcaram a queda do regime comunista em 1989 - e terminou na Praça Victoria, onde fica a sede do governo.
Ao mesmo tempo, cerca de 10 mil pessoas protestaram em Cluj-Napoca, a segunda maior cidade do país, e outras milhares em Timisoara, Brasov, Sibiu e Iasi.
O governo social-democrata anunciou a intenção de aprovar por decreto uma lei que despenaliza crimes por abuso de poder e corrupção se o prejuízo causado ao Estado for menor que 44 mil euros.
Também está previsto anistiar 2,7 mil condenados por crimes menores, inclusive alguns por corrupção, e reduzir pela metade a pena aos presos com mais de 60 anos, independentemente do crime cometido.
"Não queremos a renúncia do governo, queremos que respeitem as promessas pelas quais foram eleitos, não que proponham leis aberrantes que ajudam apenas poucos", expressa o manifesto da organização civil que convocou o protesto através da rede social Facebook.
Os manifestantes levaram vários cartazes com mensagens como "Respeito ao Estado de Direito", "O país pede: sem perdão" e "Na democracia, os ladrões estão atrás das grades".
O primeiro-ministro, Sorin Grindeanu, disse neste domingo que os protestos têm uma motivação política e que estão "distorcendo" o objetivo do governo com esta reforma.
"Acho que o povo romeno está demonstrando com estas manifestações que não quer nenhuma anistia", afirmou à Agência Efe Cosmin Neagu, um pensionista que participou da manifestação.
Os manifestantes denunciaram o que consideram manipulação informativa por parte de várias emissoras de televisão cuja linha editorial apoia a reforma e pediram a renúncia do ministro da Justiça, Florin Ioardache, que insiste em adotar os decretos.
O presidente da Romênia, Klaus Iohannis, que se opõe aos decretos, iniciou na terça-feira passada os trâmites para convocar um referendo sobre essa reforma legal.
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