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ONU pede US$ 4,4 bilhões para evitar crise de fome em 4 países

22/02/2017 18h02

Nações Unidas, 22 fev (EFE).- A ONU anunciou nesta quarta-feira que precisa reunir em pouco mais de um mês a quantia mínima de US$ 4,4 bilhões para evitar crises de fome no Sudão do Sul, na Somália, no Iêmen e no nordeste da Nigéria.

"As vidas de milhões de pessoas dependem de nossa capacidade coletiva de atuar. Em nosso mundo de abundância, não há desculpa para a inação ou a indiferença", disse em entrevista coletiva o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Segundo Guterres, a ONU e seus parceiros humanitários estão reforçando suas operações para evitar uma "catástrofe" nesses quatro países, mas precisam de fundos e também que os grupos armados que operam nessas zonas facilitem o acesso à população.

"Estas quatro crises são muito diferentes, mas têm uma coisa em comum: são evitáveis", disse o diplomata português, rodeado pelos chefes dos serviços humanitários e de desenvolvimento da ONU.

No total, mais de 20 milhões de pessoas nesses países estão sofrendo fome e enfrentam "níveis devastadores de insegurança alimentícia", segundo as Nações Unidas.

"Enfrentamos uma tragédia, e devemos evitar que se transforme em uma catástrofe", destacou Guterres.

A crise de fome - uma situação extrema que a ONU declara quando se reúnem certos níveis de mortalidade, desnutrição e fome - já é uma realidade em partes do Sudão do Sul e chegará a outras áreas e países se não houver uma intervenção imediata.

No jovem país africano, quase cinco milhões de pessoas precisam de alimentos de forma desesperada, enquanto no nordeste da Nigéria 5,1 milhões de pessoas sofrem carências sérias de comida.

Na Somália os preços dos alimentos estão disparando, quase três milhões de pessoas necessitam de assistência e a ONU calcula que um milhão de crianças menores de cinco anos sofrerão desnutrição grave neste ano.

O Iêmen, por sua parte, vive a maior emergência alimentícia do mundo, com 7,3 milhões de pessoas que necessitam de ajuda atualmente, segundo as Nações Unidas.