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Vice-ministra peruana é destituída após tomar sol durante emergência nacional

27/03/2017 15h01

Lima, 27 mar (EFE).- Uma vice-ministra peruana foi destituída depois que um canal de televisão mostrou imagens em que ela é vista tomando sol de biquíni em uma piscina, enquanto os integrantes de seu gabinete atendiam emergências no país por chuvas e enchentes.

"Ela foi demitida", enfatizou nesta segunda-feira o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, ao ser interrogado pelos jornalistas pela decisão tomada contra Eufrosina Santa María, que era vice-ministra de Desenvolvimento e Infraestrutura Agrária e Irrigação.

No sábado, uma resolução governamental informou que a renúncia de Santa Maria ao Ministério da Agricultura e Irrigação tinha sido aceita, depois que nos últimos dias foram divulgados trechos de uma reportagem que ia ser apresentada no programa dominical "Panorama", da emissora local "Pan-Americana Televisão".

Segundo o relatório de "Panorama", a agora ex-vice-ministra foi captada na semana passada tomando sol em uma piscina, e depois patinando e pedalando, tudo isso, supostamente, em horários de trabalho e usando veículos oficiais do Estado.

Santa María foi militante do Partido Aprista Peruano (PAP), do ex-presidente Alan García (1985-1990 e 2006-2011), entre 2008 e 2010, e depois participou do partido Aliança para o Progresso (APP), entre 2013 e 2014.

Em sua carta de renúncia, publicada por veículos de imprensa locais, a ex-vice-ministra lamentou ter de deixar o cargo "neste momento difícil para o país", mas afirmou que não queria "prejudicar a imagem do Ministério."

No entanto, e apesar de oficialmente ter apresentado sua renúncia, Kuczynski afirmou que ela foi demitida.

"É preciso se dedicar a trabalhar, se alguém está no governo, é para trabalhar. Ela foi demitida", ressaltou o governante aos jornalistas.

Desde que as chuvas atingem o país, causando inundações e afetando principalmente o litoral norte e o centro do Peru, o gabinete de ministros se deslocou por todo território para dirigir pessoalmente os trabalhos de emergência e prevenção.

Uma pesquisa da empresa GfK publicada no domingo afirmou que a aprovação ao trabalho do gabinete subiu para 30% neste mês, sete pontos a mais que em fevereiro.

56% dos indagados opinaram que os danos pelos huaicos, como são conhecidos no Peru os deslizamentos de terra, são produto da força da natureza, e 41% os atribuíram à má infraestrutura do país.

O Peru enfrenta desde dezembro uma emergência climática causada pelo fenômeno de "El Niño Costero", que se manifesta quando o aquecimento do oceano Pacífico gera intensas chuvas e inundações em toda a costa do país, principalmente no norte e centro, incluída Lima.

O fenômeno climático deixou, até o momento, 90 mortos, 20 desaparecidos, 347 feridos, 120.899 afetados e 742.101 desabrigados, além de ter destruído 14.301 casas e 40 colégios, assim como afetado outras 164.386 casas e 1.391 escolas.