China indeniza família de homem executado por engano há 20 anos
A Justiça da China concedeu uma indenização de 2,7 milhões de iuanes (cerca de US$ 390 mil) à família de Nie Shubin, um jovem chinês que foi executado em 1995 por um crime que não tinha cometido, informou nesta sexta-feira (31) o jornal "South China Morning Post".
O valor, concedido pelos juízes depois que em dezembro do ano passado o Tribunal Popular Supremo reconheceu o erro judicial, é sensivelmente inferior aos US$ 2 milhões solicitados pela família.
A mãe da vítima, Zhang Huazhi, que durante anos lutou nos tribunais por demonstrar a inocência de seu filho, declarou que não apelará da decisão, que inclui US$ 188 mil por danos emocionais à família, a maior indenização deste tipo concedida pelos tribunais chineses.
Nie foi condenado em 1995 pelo estupro e assassinato de uma mulher nos arredores de Shijiazhuang, capital provincial de Hebei (norte do país) e foi executou um mês depois de ditada a sentença, quando ele tinha 21 anos, após ter passado 216 dias detido.
O acusado confessou o crime poucos dias após sua detenção, apesar de aparentemente tê-lo feito após haver sofrido torturas e agressões sob custódia, segundo admitiu a sentença do Tribunal Popular Supremo da China que revogou a condenação do dia 2 de dezembro.
Seu caso foi reaberto em 2005, quando outra pessoa chamada Wang Shujin confessou ter cometido o crime pelo qual Nie foi condenado.
A Anistia Internacional (AI) denuncia que a tortura continua fazendo parte da rotina policial na China, um país com altíssima porcentagem de condenações e a nação com mais execuções do mundo, segundo grupos em defesa dos direitos humanos.
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