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Parlamento venezuelano cobra que Força Armada cumpra Constituição

31/03/2017 18h15

Caracas, 31 mar (EFE).- O presidente do parlamento venezuelano, o opositor Julio Borges, fez nesta sexta-feira um pedido para que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) faça valer a Constituição, depois da sentença do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) na qual se atribui a faculdade de assumir as competências do Legislativo.

"Nossa Força Armada tem que sentir neste momento o peso da democracia na Venezuela (...) as democracias do mundo inteiro estão coma uma lupa sobre a Força Armada e sobre o resto das instituições da Venezuela esperando que lealdade à Constituição", disse Borges, em entrevista coletiva no parlamento.

Ele indicou que a FANB não pode seguir "ordenes que são absolutamente nulas e contrárias à liberdade e à Constituição" venezuelana.

O chefe do parlamento destacou o pronunciamento da procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, que afirmou que as duas últimas sentenças do TSJ (definição do limite da imunidade parlamentar e a de se atribuir competências do Legislativo) constituem uma "ruptura da ordem constitucional".

O partido Vontade Popular (VP), do opositor preso Leopoldo López, também fez a mesma cobrança e pediu aos demais Poderes Públicos apegar-se à Constituição.

"Pedimos à FANB, não que dê um golpe de Estado como o que deu a Corte Suprema de Justiça, mas que atue dentro do marco da Constituição para fazê-la valer quando o regime e seus magistrados partiram o fio constitucional", disse o dirigente de VP, David Smolansky, em comunicado.

A dirigente e ex-deputada da oposição María Corina Machado também se pronunciou através de sua conta no Twitter e pediu diretamente ao ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, divulgar "sua posição sobre a denúncia do procurador-geral da república sobre o golpe de Estado".

Os opositores agradeceram à comunidade internacional os pronunciamentos sobre a crise institucional pela qual a Venezuela está passando. Borges indicou que "desde a madrugada de ontem" eles receberam ligações de ministros, presidentes, chefes de Estado, presidentes de outros parlamentos e movimentos políticos, para se solidarizar "frente à ação nítida de um golpe de Estado".

"O mundo reconhece que a procurador-geral Luisa Ortega Díaz faça valer os valores que estão na Constituição", disse.

O Supremo venezuelano ditou uma sentença na quarta-feira na qual indicou que assumia as competências do Legislativo, alegando que este persiste no "desacato", o que foi assumido pela oposição como um "golpe de Estado".