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Japão, EUA e Coreia do Sul querem que China pressione mais a Coreia do Norte

18.abr.2017 - O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, em aperto de mão com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, na residência oficial do premiê, em Tóquio - Kim Kyung-Hoon/Reuters
18.abr.2017 - O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, em aperto de mão com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, na residência oficial do premiê, em Tóquio Imagem: Kim Kyung-Hoon/Reuters

Em Tóquio

25/04/2017 09h42

Os representantes de Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos nas negociações para a desnuclearização da península coreana pediram nesta terça-feira que a China aumente sua pressão sobre o regime norte-coreano com o objetivo de conter o desenvolvimento de seus programas armamentistas.

Em uma reunião realizada hoje em Tóquio, os enviados dos três países pediram a Pequim, principal aliado diplomático e parceiro comercial da Coreia do Norte, que fizesse uso de sua influência sobre o regime liderado por Kim Jong-un para acabar com os testes nucleares e de mísseis em um momento de máxima tensão na região.

Os participantes da reunião, o sul-coreano Kim Hong-kyun, o japonês Kenji Kanasugi e o americano Joseph Yun, também concordaram em "coordenar todas as ações diplomáticas, militares e econômicas" frente à Coreia do Norte, segundo as declarações feitas por eles à imprensa após o encontro.

Os representantes dos três países citados pediram "contenção" para evitar uma escalada militar e apostaram em "incrementar o poder de dissuasão" frente ao regime norte-coreano, indicou Kanasugi em declarações divulgadas pela agência japonesa "Kyodo".

As três partes conversaram sobre a possibilidade de "empreender ações punitivas" contra a Coreia do Norte, caso este país "faça novas provocações", disse, por sua vez, o enviado sul-coreano.

Paralelamente a esta reunião, responsáveis do governo japonês se reunirão a partir de hoje, até a próxima sexta-feira, com o enviado especial de Pequim para a desnuclearização da península coreana, Wu Dawei, para tratar da situação na região, segundo anunciou o Ministério de Relações Exteriores do Japão.

O governo americano pediu diversas vezes a Pequim que exercesse maior pressão diplomática sobre a Coreia do Norte e uma aplicação mais severa das sanções da ONU, estas últimas aprovadas no ano passado depois que o exército norte-coreano realizou dois testes nucleares em um período de apenas sete meses.

A tensão permanece em níveis máximos na região desde que a Coreia do Norte realizou novos testes de mísseis no início e em meados deste mês, e diante das previsões de alguns especialistas de que o país asiático poderia realizar outro teste nuclear.

Washington, por sua vez, anunciou o envio de um porta-aviões nuclear aos mares próximos da península da Coreia, em resposta aos testes armamentistas norte-coreanos, e indicou que todas as opções estão sobre a mesa, inclusive a militar, para lidar com o regime Juche (ideologia desenvolvida pelo fundador do país - Kim Il-sung - que defende sua autossuficiência).

Está previsto que o porta-aviões, o USS Carl Vinson, se aproxime da Coreia junto com sua frota de ataque no final desta semana para realizar manobras que também contarão com forças de Japão e Coreia do Sul. No entanto, o regime norte-coreano advertiu que responderia "com ações mortais" a qualquer provocação dessa frota.

O que se sabe sobre o programa nuclear da Coreia do Norte

AFP