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Ministro dominicano envolvido em caso Odebrecht põe cargo a disposição

29/05/2017 15h59

Santo Domingo, 29 mai (EFE).- O ministro de Indústria e Comércio da República Dominicana, Temístocles Montás, detido nesta segunda-feira por seu suposto envolvimento no esquema de propina da construtora brasileira Odebrecht no país caribenho, colocou seu cargo à disposição do presidente Danilo Medina, que até agora não se pronunciou sobre as detenções realizadas hoje por este caso.

Montás, que anteriormente foi titular da Corporação Dominicana de Empresas Elétricas Estatais (CDEEE) e, entre 2007 e 2016, foi ministro de Economia, foi acusado hoje pela Procuradoria Geral da República (PGR) junto com outras 13 pessoas pelo caso Odebrecht, que assegurou que pagou US$ 92 milhões em propina para obter contratos de obras de infraestrutura.

Através de uma carta enviada ao presidente dominicano, Danilo Medina, da qual a Agência Efe teve acesso, o funcionário, integrante do influente comitê político do partido governante PLD, anunciou que está colocando seu cargo à disposição do mandatário, após "a indesejável surpresa" de hoje quando soube que tinha sido acusado no caso Odebrecht, o que, segundo ele, é um "atentado" contra sua "honra e posição social".

"Apelo a você, em sua qualidade de chefe de Estado e de governo, para colocar a sua disposição o cargo que ostento de ministro de Indústria e Comércio até que fique comprovado na Justiça que nunca utilizei um cargo público sob minha direção para obter vantagens, benefícios e privilégios, o que poderei afirmar sempre a respeito deste, como de qualquer outro caso", disse Montás.

Além disso, o ministro enfatizou que em seus 16 anos como funcionário "nunca tinha sido vinculado direta ou indiretamente com ações indecorosas ou contratarias à legalidade".

O procurador-geral da República Dominicana, Jean Alain Rodríguez, anunciou hoje que 14 pessoas foram acusadas pelo caso Odebrecht, das quais dez já foram detidas.

Com relação aos três legisladores acusados, dois deles do governante PLD, o procurador-geral pediu a retirada de sua imunidade parlamentar para que possa ser detido.

Outro acusado, o engenheiro Bernardo Castellanos de Moya, se encontra no Panamá, por isso PGR notificou a Interpol para sua detenção.

Estas são as primeiras detenções no país pelo esquema de corrupção da Odebrecht, que garante que pagou propina a agentes públicos para conseguir vencer as licitações de contratos de obras de infraestrutura entre 2001 e 2014.

Rodríguez adiantou hoje em coletiva de imprensa que o Ministério Público solicitará 18 meses de prisão preventiva para os acusados, mas esclareceu que "a partir de agora, está nas mãos dos juízes aceitar ou rejeitar" o pedido da acusação.