Parlamento da Zâmbia aprova estado de emergência para frear vandalismo
Lusaca, 12 jul (EFE). - O Parlamento da Zâmbia aprovou a implantação do estado de emergência por 90 dias a pedido do presidente do país, Edgar Lungu, que justificou a medida como tentativa de frear episódios de vandalismo no país, informou a imprensa local nesta quarta-feira.
A oposição boicotou a votação que aconteceu até o fim da noite de ontem, deixando apenas 85 dos 118 deputados na sala como forma de criticar esta medida que consideram um abuso do poder do presidente, informou o jornal "Lusakatimes".
Na semana passada, o presidente mostrou a intenção de declarar o estado de emergência "para preservar a paz, a tranquilidade e a segurança" da população, depois de atos de vandalismo que começaram a acontecer em agosto do ano passado e que não deixaram vítimas. O último deles foi um incêndio em um mercado da capital ontem, que, segundo o governante, "pareceu sabotagem econômica".
"Esta não é uma decisão fácil de tomar, mas não tive outro remédio, porque estes eventos demonstraram que aos poucos íamos parar na anarquia", afirmou Lungu.
A Agenda da Constituição da Sociedade Civil assegurou em comunicado que a declaração do estado de emergência é "injustificada" e tem como objetivo "oprimir à oposição e às vozes dissidentes no país".
"Parece estranho o presidente tomar uma decisão tão drástica e com implicações nos direitos das pessoas baseada em rumores e meias verdades. Este pronunciamento tem consequências de grande alcance para o nosso país", advertiu.
A respeito do incêndio no mercado, atribuído à oposição por alguns membros do partido governamental, a Agenda da Constituição pediu uma investigação para "evitar especulações sobre os motivos e causas do incêndio que fariam piorar a atual tensão política no país".
Desde 11 de abril, o líder da oposição Partido Unido para o Desenvolvimento Nacional (UPND), Hakainde Hichilema, permanece detido e acusado de traição ao Estado por ter obstruído a passagem dos carros do presidente.
Nas eleições realizadas em agosto do ano passado, Edgar Lungu foi reeleito presidente da Zâmbia em primeiro turno, com 50,3% dos votos, contra os 47,6% de Hichilema. O segundo colocado e os outros sete candidatos - entre os quais o restante dos votos foi dividido - rejeitaram o resultado, que proclamava o presidente vencedor por uma margem de apenas 100 mil votos.
O opositor continuou em disputa pelos resultados das eleições e garante que teve os votos roubados.
O resultado das eleições motivou protestos da população que começaram no sul do país e se estenderam posteriormente à capital da província de Oeste, Mongu, onde mais de 100 pessoas foram detidas. EFE
mc-jem/cdr
A oposição boicotou a votação que aconteceu até o fim da noite de ontem, deixando apenas 85 dos 118 deputados na sala como forma de criticar esta medida que consideram um abuso do poder do presidente, informou o jornal "Lusakatimes".
Na semana passada, o presidente mostrou a intenção de declarar o estado de emergência "para preservar a paz, a tranquilidade e a segurança" da população, depois de atos de vandalismo que começaram a acontecer em agosto do ano passado e que não deixaram vítimas. O último deles foi um incêndio em um mercado da capital ontem, que, segundo o governante, "pareceu sabotagem econômica".
"Esta não é uma decisão fácil de tomar, mas não tive outro remédio, porque estes eventos demonstraram que aos poucos íamos parar na anarquia", afirmou Lungu.
A Agenda da Constituição da Sociedade Civil assegurou em comunicado que a declaração do estado de emergência é "injustificada" e tem como objetivo "oprimir à oposição e às vozes dissidentes no país".
"Parece estranho o presidente tomar uma decisão tão drástica e com implicações nos direitos das pessoas baseada em rumores e meias verdades. Este pronunciamento tem consequências de grande alcance para o nosso país", advertiu.
A respeito do incêndio no mercado, atribuído à oposição por alguns membros do partido governamental, a Agenda da Constituição pediu uma investigação para "evitar especulações sobre os motivos e causas do incêndio que fariam piorar a atual tensão política no país".
Desde 11 de abril, o líder da oposição Partido Unido para o Desenvolvimento Nacional (UPND), Hakainde Hichilema, permanece detido e acusado de traição ao Estado por ter obstruído a passagem dos carros do presidente.
Nas eleições realizadas em agosto do ano passado, Edgar Lungu foi reeleito presidente da Zâmbia em primeiro turno, com 50,3% dos votos, contra os 47,6% de Hichilema. O segundo colocado e os outros sete candidatos - entre os quais o restante dos votos foi dividido - rejeitaram o resultado, que proclamava o presidente vencedor por uma margem de apenas 100 mil votos.
O opositor continuou em disputa pelos resultados das eleições e garante que teve os votos roubados.
O resultado das eleições motivou protestos da população que começaram no sul do país e se estenderam posteriormente à capital da província de Oeste, Mongu, onde mais de 100 pessoas foram detidas. EFE
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