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Promotoria russa pede prisão perpétua para autor de assassinato de Nemtsov

12/07/2017 12h17

Moscou, 12 jul (EFE).- A promotoria militar da Rússia pediu nesta quarta-feira prisão perpétua para o checheno Zaur Dadaev, declarado culpado de ser o autor material do assassinato do líder opositor e ex-vice-primeiro-ministro Boris Nemtsov.

"Solicito condenar Dadaev à prisão perpétua", se dirigiu a promotora Maria Semenenko ao juiz que deverá ditar a sentença no Tribunal Militar de Moscou.

Para os outros acusados de participação no crime - os irmãos Anzor e Shadid Gubashev, Temirlan Eskerkhanov e Khamzat Bakhayev, todos chechenos - a promotora solicitou penas de prisão que vão de 17 a 23 anos.

O júri considerou culpados os cinco acusados em 29 de junho e considerou provado que Dadaev foi quem disparou pelo menos seis vezes contra Nemtsov pelas costas, quando este caminhava a poucos metros do Kremlin, em 27 de fevereiro de 2015.

Segundo a versão da promotoria militar, em dezembro de 2014 os cinco acusados aceitaram matar Nemtsov em troca de pelo menos 15 milhões de rublos (US$ 270 mil no câmbio da época), um crime encarregado por Ruslan Mukhudinov e outros indivíduos não identificados.

Bakhayev era, segundo a acusação, o coordenador da operação e o encarregado de dar cobertura aos criminosos após o assassinato, enquanto Eskerkhanov teria se ocupado de estudar os itinerários habituais do opositor.

Outro dos acusados pela promotoria militar, Beslan Shavanov, morreu em novembro de 2015 em Grozni, a capital da República da Chechênia, após se explodir com uma bomba quando estava prestes a ser capturado pelas forças de segurança.

A família e os correligionários do político assassinado não dão o caso por encerrado e exigem que se esclareça quem encomendou o crime.

A filha do político assassinado, Zhanna Nemtsova, acusou as autoridades russas de "não terem nenhum interesse em identificar e localizar os responsáveis e os que encomendaram" o crime.

O entorno de Nemtsov considera que o líder opositor foi assassinado por motivos políticos e lembra que ele foi baleado quando examinava a morte de soldados russos na Ucrânia.