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Oposição denúncia revistas e detenções no oeste da capital venezuelana

25/07/2017 11h26

Caracas, 25 jul (EFE).- Vários políticos opositores da Venezuela denunciaram nesta terça-feira operações de busca, revista e detenções em Caricuao, um distrito do oeste de Caracas, onde ocorreram enfrentamentos noturnos entre manifestantes que bloqueiam as ruas e as forças da ordem nos últimos dias.

"Caminhonetes brancas sem placas estão realizando diligências nos blocos 17 e 18 da UD3 em Caricuao. Cerca de 60 pessoas foram detidas", afirmou o deputado Tomás Guanipa no Twitter em uma mensagem acompanhada de uma imagem onde é possível ver homens com coletes à prova de balas, mas não há identificação do corpo de segurança ao qual pertencem.

No entanto, usuários das redes sociais e moradores da região publicaram imagens assegurando que os responsáveis por essas diligências são agentes do Serviço de Inteligência (Sebin) e da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar).

Estas operações e detenções acontecem em meio à crise social e política que o país atravessa e às vésperas de uma greve geral de 48 horas durante a qual a oposição venezuelana anunciou que bloqueará as ruas para evitar a livre circulação.

Para o líder opositor Henrique Capriles, estas ações das forças de segurança representam violações aos direitos humanos.

"O 'presente' da praga madurista para os caraquenhos nos 450 anos de Caracas! Buscas, revistas, repressão, violações aos direitos humanos!", escreveu o opositor no Twitter.

No dia 18 de julho, manifestantes opositores e a polícia se enfrentaram durante a noite e a madrugada em Caricuao, em um protesto contra o governo da Venezuela e durante o qual os cidadãos bloquearam vias com barricadas.

A interdição de vias fazia parte da agenda de manifestações que há quase quatro meses sacode o país sul-americano e que já deixou mais de 100 mortos e centenas de feridos e detidos.