Schwarzenegger pede em vídeo que Trump rejeite apoio de supremacistas

Washington, 17 ago (EFE).- O ator Arnold Schwarzenegger, ex-governador da Califórnia pelo Partido Republicano, pediu nesta quinta-feira em um vídeo ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que rejeite o apoio dos supremacistas brancos.

"A única maneira de vencer as vozes altas e irritadas do ódio é com vozes ainda mais altas e mais racionais. E isto inclui você, presidente Trump", disse o ator em um vídeo publicado no site "ATTN".

"De fato, como presidente deste grande país, você tem a responsabilidade moral de enviar uma mensagem inequívoca: que não apoiará o ódio e o racismo", prosseguiu o protagonista de "O Exterminador do Futuro".

"Deixe que eu lhe escreva um pouco o discurso: como presidente dos Estados Unidos, como republicano, rejeito o apoio dos supremacistas brancos", acrescentou Schwarzenegger.

Nesse momento, o ator de 70 anos aparece no vídeo segurando um boneco de Trump e lhe pergunta: "Isto é tão difícil?".

Schwarzenegger, que mantém uma briga pública com Trump desde a campanha eleitoral, se juntou assim à onda de críticas que o presidente vem recebendo desde sábado, quando condenou a violência e o ódio em "muitos lados" depois que uma manifestação de supremacistas brancos, com símbolos e cânticos nazistas, terminou em tragédia.

"Não há dois lados na intolerância e não há dois lados no ódio. Se você decide marchar com uma bandeira que simboliza o massacre de milhões de pessoas, não há dois lados nisto", disse o ator.

Em seguida, Schwarzenegger se dirige aos supremacistas: "os seus heróis são os perdedores. Acreditem em mim, eu conheci os nazistas originais. Nasci na Áustria em 1947, pouco depois da Segunda Guerra Mundial".

As diferenças de Schwarzenegger com Trump remontam a quando o ator anunciou que não apoiaria o magnata nas eleições presidenciais, mas a rixa entre ambos adquiriu tons mais pessoais quando o ator substituiu o magnata como apresentador do programa "The Celebrity Apprentice" ("Aprendiz Celebridades", em português).

Este 'reality show', junto com sua versão original e sem famosos "The Apprentice" ("O Aprendiz", em português), contribuiu de maneira decisiva para que Trump se transformasse em uma figura muito conhecida pelo grande público nos Estados Unidos antes que ele se aventurasse na política.

Trump, no entanto, continuou envolvido como produtor do programa e não ajudou em nada o seu sucessor, e o criticou constantemente por seus baixos índices de audiência sempre que possível.