Religiosos marcham contra Trump no aniversário de discurso de Luther King
Cristina García Casado.
Washington, 28 ago (EFE).- Com a lembrança na memória do discurso "Eu tenho um sonho" de Martin Luther King, mais de mil líderes religiosos marcharam nesta segunda-feira, 54 anos depois, em Washington pelos direitos civis e contra o governo de Donald Trump.
Junto ao imponente monumento a Luther King, na esplanada do National Mall, lembraram que a justiça pela qual lutou o reverendo está longe de ter sido alcançada e alertaram para a gravidade do momento atual.
"Por que estamos aqui? Estamos aqui para que o país saiba que não toleraremos o racismo. Estamos aqui para que o país saiba que não toleraremos o fanatismo", disse um dos oradores, entre fortes aplausos.
Com essa vocação, religiosos de todo o país e distintas confissões se uniram na "Marcha dos Mil Ministros pela Justiça", organizada pela ONG de direitos civis National Action Network.
O seu presidente, o influente reverendo Al Sharpton, já havia dito antes da marcha que a violência racista do último dia 12 de agosto em Charlottesville (Virgínia) tinha dado "um novo significado" ao aniversário da "Marcha sobre Washington" de Luther King.
"Charlottesville trouxe uma nova energia, muitos ministros estão dizendo que este é o momento de fazer uma declaração moral. O presidente (Trump) pediu unidade, e vamos mostrar unidade. A pergunta é de que lado está o presidente?", questionou.
Na marcha de hoje estiveram muito presentes as demonstrações de força de grupos de ódio como o Ku Klux Klan (KKK), os supremacistas brancos e os neonazistas em Charlottesville, bem como a resposta do presidente.
Nessa cidade universitária, após horas de exibição racista, um manifestante neonazista jogou seu veículo em direção a uma contramanifestação, matando uma jovem e ferindo 19 pessoas.
O país esperava uma condenação inequívoca do seu presidente aos grupos supremacistas, mas o que disse Trump é que havia "violência e ódio" (nesse dia nem sequer falou de racismo) em "muitos lados".
"Partiu meu coração ver o que ocorreu em Charlottesville, mas não me surpreendeu, porque temos um presidente que promove o ódio", comentou à Agência Efe Sam, pastora da Igreja Comunitária Metropolitana de Washington.
"Hoje é muito importante estar neste protesto. (Trump) está criando um clima incivilizado, no qual estes grupos se sentem encorajados e floresce o ódio", acrescentou.
Depois perguntou à sua companheira se poderia chamar Trump de racista e, perante sua afirmação, disse "Sim, o presidente é um racista".
Na convocação oficial da marcha ficava claro que o protesto não só quer manter viva a luta de Luther King, mas também que faz isso em um momento, para muitos, de retrocesso nos direitos civis.
"O Departamento de Justiça e a atual Administração estão minando o sonho do Ddutor King. Marchamos para reafirmar que os líderes religiosos e comunitários nos comprometeremos novamente a estar à frente da justiça social e dos direitos civis", destaca o manifesto.
As recentes imagens da exibição supremacista em Charlottesville foram o assunto mais comentado na marcha, sobretudo entre os que viveram o suficiente para pensar que esses grupos tinham ficado no passado.
"Esta gente não marchava assim há anos. Mas com este presidente pensam 'agora podemos fazer o que queremos'", opinou Diane Dixon-Froctor, reverenda em uma igreja metodista da capital.
"Vemos racismo de Trump contra todos. Não se trata de brancos e negros, mas de todos os que não se parecem com ele. Agora estamos mais em perigo", acrescentou.
"Isso se trata de fazer o correto moralmente, isso é o que tem que fazer", disse o pastor Christopher Griffin, saiu de Chicago para participar da marcha.
Juanita Williams, uma aposentada que viajou com a sua paróquia da Filadélfia, concordou com o pastor.
"Nunca vi nada como isto - declarou, negando com a cabeça -. De repente, você para e pensa: o que é que significam os Estados Unidos?".
Em 28 de agosto de 1963, Luther King liderou cerca de 250.000 pessoas na "Marcha sobre Washington", na qual pronunciou seu famoso discurso perante o Monumento de Lincoln em defesa da igualdade racial.
Washington, 28 ago (EFE).- Com a lembrança na memória do discurso "Eu tenho um sonho" de Martin Luther King, mais de mil líderes religiosos marcharam nesta segunda-feira, 54 anos depois, em Washington pelos direitos civis e contra o governo de Donald Trump.
Junto ao imponente monumento a Luther King, na esplanada do National Mall, lembraram que a justiça pela qual lutou o reverendo está longe de ter sido alcançada e alertaram para a gravidade do momento atual.
"Por que estamos aqui? Estamos aqui para que o país saiba que não toleraremos o racismo. Estamos aqui para que o país saiba que não toleraremos o fanatismo", disse um dos oradores, entre fortes aplausos.
Com essa vocação, religiosos de todo o país e distintas confissões se uniram na "Marcha dos Mil Ministros pela Justiça", organizada pela ONG de direitos civis National Action Network.
O seu presidente, o influente reverendo Al Sharpton, já havia dito antes da marcha que a violência racista do último dia 12 de agosto em Charlottesville (Virgínia) tinha dado "um novo significado" ao aniversário da "Marcha sobre Washington" de Luther King.
"Charlottesville trouxe uma nova energia, muitos ministros estão dizendo que este é o momento de fazer uma declaração moral. O presidente (Trump) pediu unidade, e vamos mostrar unidade. A pergunta é de que lado está o presidente?", questionou.
Na marcha de hoje estiveram muito presentes as demonstrações de força de grupos de ódio como o Ku Klux Klan (KKK), os supremacistas brancos e os neonazistas em Charlottesville, bem como a resposta do presidente.
Nessa cidade universitária, após horas de exibição racista, um manifestante neonazista jogou seu veículo em direção a uma contramanifestação, matando uma jovem e ferindo 19 pessoas.
O país esperava uma condenação inequívoca do seu presidente aos grupos supremacistas, mas o que disse Trump é que havia "violência e ódio" (nesse dia nem sequer falou de racismo) em "muitos lados".
"Partiu meu coração ver o que ocorreu em Charlottesville, mas não me surpreendeu, porque temos um presidente que promove o ódio", comentou à Agência Efe Sam, pastora da Igreja Comunitária Metropolitana de Washington.
"Hoje é muito importante estar neste protesto. (Trump) está criando um clima incivilizado, no qual estes grupos se sentem encorajados e floresce o ódio", acrescentou.
Depois perguntou à sua companheira se poderia chamar Trump de racista e, perante sua afirmação, disse "Sim, o presidente é um racista".
Na convocação oficial da marcha ficava claro que o protesto não só quer manter viva a luta de Luther King, mas também que faz isso em um momento, para muitos, de retrocesso nos direitos civis.
"O Departamento de Justiça e a atual Administração estão minando o sonho do Ddutor King. Marchamos para reafirmar que os líderes religiosos e comunitários nos comprometeremos novamente a estar à frente da justiça social e dos direitos civis", destaca o manifesto.
As recentes imagens da exibição supremacista em Charlottesville foram o assunto mais comentado na marcha, sobretudo entre os que viveram o suficiente para pensar que esses grupos tinham ficado no passado.
"Esta gente não marchava assim há anos. Mas com este presidente pensam 'agora podemos fazer o que queremos'", opinou Diane Dixon-Froctor, reverenda em uma igreja metodista da capital.
"Vemos racismo de Trump contra todos. Não se trata de brancos e negros, mas de todos os que não se parecem com ele. Agora estamos mais em perigo", acrescentou.
"Isso se trata de fazer o correto moralmente, isso é o que tem que fazer", disse o pastor Christopher Griffin, saiu de Chicago para participar da marcha.
Juanita Williams, uma aposentada que viajou com a sua paróquia da Filadélfia, concordou com o pastor.
"Nunca vi nada como isto - declarou, negando com a cabeça -. De repente, você para e pensa: o que é que significam os Estados Unidos?".
Em 28 de agosto de 1963, Luther King liderou cerca de 250.000 pessoas na "Marcha sobre Washington", na qual pronunciou seu famoso discurso perante o Monumento de Lincoln em defesa da igualdade racial.
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