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Refugiados russos que tentaram se suicidar na Finlândia formam casal gay

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Em Helsinque

27/09/2017 11h05

Os dois refugiados que tentaram se suicidar a facadas na sexta-feira diante do Parlamento da Finlândia são um casal de namorados russos a quem foi negado asilo no país nórdico, revelou nesta quarta-feira o jornal "Ilta Sanomat".

Os dois jovens tentaram se matar na escada de acesso ao Parlamento finlandês, no centro de Helsinque, com facadas no estômago, mas foram rapidamente levados ao hospital sem ferimentos graves.

As autoridades finlandesas não quiseram divulgar nenhuma informação sobre o fato, exceto que se tratava de dois solicitantes de asilo, e o casal - Aleksander, de 19 anos, e Nikita, de 22 - entrou em contato com o citado meio para explicar o motivo da tentativa de suicídio.

"Somos um casal gay da Rússia e buscamos asilo porque no nosso país nos perseguem por nossa orientação sexual", denunciou um deles.

O casal explicou que as autoridades migratórias finlandesas tramitaram a solicitação mediante um procedimento de urgência e negaram o asilo, por isso podiam ser deportados imediatamente à Rússia apesar de recorreram da decisão.

"Dá a sensação que na Finlândia não se fala sobre os nossos problemas ou que as autoridades não se dão conta que os homossexuais na Rússia vivem em uma situação realmente angustiante", afirmaram.

Segundo "Ilta Sanomat", o casal não quer revelar seus sobrenomes e nem o local de procedência para não pôr em perigo familiares e amigos, ainda que denunciaram que as autoridades russas já investigam suas identidades e interrogaram seus amigos.

"Não podemos voltar à Rússia esperando se a Finlândia admite o recurso e nos concede asilo. Se retornarmos, nos prenderiam ou nos matariam", disseram.

O desespero levou os dois jovens a tentarem se mater diante do Parlamento de Helsinque para chamar a atenção pública sobre a situação e a de outros casais gays russos.

"Não só buscávamos publicidade, mas realmente estávamos dispostos a morrer. Preferimos morrer na Finlândia antes do que retornar à Rússia", disse o casal.