Protestos contra governo etíope deixam ao menos 11 mortos e 1.500 deslocados
Adis-Abeba, 23 out (EFE).- Pelo menos 11 pessoas morreram e 1.500 tiveram que deixar suas casas por causa dos protestos violentos contra o governo da Etiópia no estado de Oromia, informaram nesta segunda-feira fontes oficiais.
Através de mensagens de texto, pessoas ainda não identificadas convocaram na última sexta-feira ações contra o governo em Buno Bdele (Elubabor), no sudoeste do país, o que levou a enfrentamentos étnicos, indicou o porta-voz da região de Oromia, Addisu Arega, em um comunicado.
Addisu assegurou que as forças de segurança regionais e os anciãos da localidade trabalham para que a região recupere a calma e para reassentar os deslocados que fugiram para os distritos vizinhos no último fim de semana.
"Várias pessoas suspeitas de terem participado de ações violentas, de terem matado pessoas e danificado propriedades, foram detidas pela polícia de Oromia e atualmente estão sendo investigadas", acrescentou Addisu em uma nota em seu perfil do Facebook.
Por outro lado, ativistas de etnia oromo, que organizaram vários protestos em diferentes pontos da região nos últimos meses, culparam os agentes de segurança pelos incidentes, que, segundo eles, instigaram a violência de caráter étnico para prejudicar o protesto popular que estavam realizando.
O governo regional de Oromia também acredita que o assassinato de pessoas da etnia amhara - a segunda maior do país - em Buno Bdele é um ato de "mercenários" para criar caos na região, indicou Addisu.
Os oromo e os amhara, que representam mais de 70% da população etíope, se enfrentam em protestos contra o governo central, ao qual acusam de estar dominado pela etnia tigray, que representa apenas 5% e que vive na região norte do país, na fronteira com a Eritréia.
Nos últimos dias, relatos locais indicaram que há divisão interna na coalizão governante Frente Democrática Revolucionária Etíope (EPRDF, sigla em inglês), que reúne quatro partidos regionais de distintas etnias.
Nas últimas semanas, o conflito entre os oromo e os etíopes de etnia somali também causou dezenas de mortes e o deslocamento de milhares de oromo.
As manifestações do povo oromo começaram em novembro de 2015, em protesto contra um plano de expansão urbanística de Adis-Abeba em terras de Oromia que estão em torno da capital etíope.
Os oromo, um povo tradicionalmente agrícola e seminômade, se levantaram então contra o que consideravam uma ameaça a seus meios de vida.
Além disso, a região alega que está marginalizada e exige há algum tempo uma maior autonomia, recursos e representação política, liberdade e respeito da identidade étnica.
Os protestos resultaram na declaração do estado de emergência em 8 de outubro de 2016, que só foi suspenso em agosto deste ano.
A Comissão de Direitos Humanos da Etiópia informou recentemente ao parlamento que 669 pessoas foram assassinadas somente entre agosto de 2016 e março de 2017 e indicou que os serviços de segurança fizeram, em alguns casos, uso excessivo da força.
Através de mensagens de texto, pessoas ainda não identificadas convocaram na última sexta-feira ações contra o governo em Buno Bdele (Elubabor), no sudoeste do país, o que levou a enfrentamentos étnicos, indicou o porta-voz da região de Oromia, Addisu Arega, em um comunicado.
Addisu assegurou que as forças de segurança regionais e os anciãos da localidade trabalham para que a região recupere a calma e para reassentar os deslocados que fugiram para os distritos vizinhos no último fim de semana.
"Várias pessoas suspeitas de terem participado de ações violentas, de terem matado pessoas e danificado propriedades, foram detidas pela polícia de Oromia e atualmente estão sendo investigadas", acrescentou Addisu em uma nota em seu perfil do Facebook.
Por outro lado, ativistas de etnia oromo, que organizaram vários protestos em diferentes pontos da região nos últimos meses, culparam os agentes de segurança pelos incidentes, que, segundo eles, instigaram a violência de caráter étnico para prejudicar o protesto popular que estavam realizando.
O governo regional de Oromia também acredita que o assassinato de pessoas da etnia amhara - a segunda maior do país - em Buno Bdele é um ato de "mercenários" para criar caos na região, indicou Addisu.
Os oromo e os amhara, que representam mais de 70% da população etíope, se enfrentam em protestos contra o governo central, ao qual acusam de estar dominado pela etnia tigray, que representa apenas 5% e que vive na região norte do país, na fronteira com a Eritréia.
Nos últimos dias, relatos locais indicaram que há divisão interna na coalizão governante Frente Democrática Revolucionária Etíope (EPRDF, sigla em inglês), que reúne quatro partidos regionais de distintas etnias.
Nas últimas semanas, o conflito entre os oromo e os etíopes de etnia somali também causou dezenas de mortes e o deslocamento de milhares de oromo.
As manifestações do povo oromo começaram em novembro de 2015, em protesto contra um plano de expansão urbanística de Adis-Abeba em terras de Oromia que estão em torno da capital etíope.
Os oromo, um povo tradicionalmente agrícola e seminômade, se levantaram então contra o que consideravam uma ameaça a seus meios de vida.
Além disso, a região alega que está marginalizada e exige há algum tempo uma maior autonomia, recursos e representação política, liberdade e respeito da identidade étnica.
Os protestos resultaram na declaração do estado de emergência em 8 de outubro de 2016, que só foi suspenso em agosto deste ano.
A Comissão de Direitos Humanos da Etiópia informou recentemente ao parlamento que 669 pessoas foram assassinadas somente entre agosto de 2016 e março de 2017 e indicou que os serviços de segurança fizeram, em alguns casos, uso excessivo da força.
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