Milhares de colombianos sofreram abuso sexual durante conflito, diz relatório
Madri, 23 nov (EFE).- Mais de 15 mil meninas, mulheres e homens sofreram violência sexual durante o conflito armado na Colômbia, segundo um relatório realizado pelo Centro Nacional de Memória Histórica (CNMH) do país.
Sob o título "A Guerra Inscrita no Corpo", o estudo evidência que a violência sexual foi usada como instrumento de poder e como mecanismo de dominação. "O seu uso foi premeditado e sistemático", afirmou Gonzalo Sánchez Gómez, diretor do CNMH da Colômbia.
Sánchez Gómez garantiu que os abusos sexuais sofridos por milhares de pessoas durante o conflito armado, além de ser "um crime de guerra" é "um tabu" no país latino-americano, mas "a sua realização não o foi".
"Estabelecemos, após registrar 15.076 casos desde 1959, que não se pode considerar a violência sexual como um caso isolado nem que a sua ocorrência fosse resultado de motivos circunstanciais e de caraterísticas dos indivíduos que cometeram esses atos", ressaltou o diretor do CNMH colombiano.
Segundo o relatório, dos 227 depoimentos recolhidos, 36% das vítimas de violência sexual tinham menos de 14 anos e 17% menos de 18, o que significa que 53% do total era composto por menores de idade.
Crianças e adolescentes foram as vítimas mais vulneráveis, segundo o estudo, que destaca que 91,6% corresponde a meninas e mulheres com ênfase em diferentes etnias e níveis de exclusão social.
Quanto aos principais responsáveis pela violência, 32,2% correspondem aos paramilitares, 31,5% às guerrilhas, e um percentual muito grande, 26,5%, no qual o agressor não foi identificado.
Além disso, o relatório identifica três cenários nos quais ocorre a violência sexual: o da disputa armada, o do território sob o controle de um grupo armado e o das fileiras dos combatentes, e, em cada um deles, os motivos pelos quais essa violência é exercida têm a ver com o medo, a vingança, a ameaça e as demonstrações de poder, fundamentalmente.
O estudo também documenta a existência de "aberrações em pleno século XXI", como a escravidão sexual.
"A tolerância, a indiferença, a estigmatização que manifestamos como sociedade frente a este crime desumano se expressa através do isolamento da vítima", disse Sánchez Gómez, que, no entanto, destacou que muitas organizações de mulheres trabalham para apagar as marcas físicas e psicológicas que ficaram nas vítimas.
Sob o título "A Guerra Inscrita no Corpo", o estudo evidência que a violência sexual foi usada como instrumento de poder e como mecanismo de dominação. "O seu uso foi premeditado e sistemático", afirmou Gonzalo Sánchez Gómez, diretor do CNMH da Colômbia.
Sánchez Gómez garantiu que os abusos sexuais sofridos por milhares de pessoas durante o conflito armado, além de ser "um crime de guerra" é "um tabu" no país latino-americano, mas "a sua realização não o foi".
"Estabelecemos, após registrar 15.076 casos desde 1959, que não se pode considerar a violência sexual como um caso isolado nem que a sua ocorrência fosse resultado de motivos circunstanciais e de caraterísticas dos indivíduos que cometeram esses atos", ressaltou o diretor do CNMH colombiano.
Segundo o relatório, dos 227 depoimentos recolhidos, 36% das vítimas de violência sexual tinham menos de 14 anos e 17% menos de 18, o que significa que 53% do total era composto por menores de idade.
Crianças e adolescentes foram as vítimas mais vulneráveis, segundo o estudo, que destaca que 91,6% corresponde a meninas e mulheres com ênfase em diferentes etnias e níveis de exclusão social.
Quanto aos principais responsáveis pela violência, 32,2% correspondem aos paramilitares, 31,5% às guerrilhas, e um percentual muito grande, 26,5%, no qual o agressor não foi identificado.
Além disso, o relatório identifica três cenários nos quais ocorre a violência sexual: o da disputa armada, o do território sob o controle de um grupo armado e o das fileiras dos combatentes, e, em cada um deles, os motivos pelos quais essa violência é exercida têm a ver com o medo, a vingança, a ameaça e as demonstrações de poder, fundamentalmente.
O estudo também documenta a existência de "aberrações em pleno século XXI", como a escravidão sexual.
"A tolerância, a indiferença, a estigmatização que manifestamos como sociedade frente a este crime desumano se expressa através do isolamento da vítima", disse Sánchez Gómez, que, no entanto, destacou que muitas organizações de mulheres trabalham para apagar as marcas físicas e psicológicas que ficaram nas vítimas.
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