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Mais do que decoração, árvore de Natal natural é alívio para meio ambiente

19/12/2017 10h00

Zoilo Carrillo.

Cidade do México, 19 dez (EFE).- O pinheiro é um dos principais símbolos do Natal, e os naturais com certificado representam, além de um elemento de decoração, um impacto positivo para o meio ambiente, já que prejudicam menos a natureza e têm várias aplicações depois que a temporada de festas termina.

No México, por exemplo, centros de coleta são abertos a partir de 1º de janeiro para receber árvores, que são recicladas e transformadas em artesanato e até comida, contou à Agência Efe a responsável pela área de Plantações Comerciais da Comissão Nacional Florestal (Conafor), Silvia Murillo.

Apesar de muitas pessoas pensarem o contrário, nem todas as árvores naturais podem se tornar decorativas. Em meio a isso, existe ainda o comércio ilegal, que se prolifera e convive com as árvores artificiais feitas à base de plástico, um material que, por ser derivado do petróleo, leva muitos anos para se decompor.

"O período de degradação de uma árvore artificial é muitíssimo maior do que o de uma árvore de verdade e, obviamente, as suas consequências são piores para o meio ambiente", alertou ela.

As árvores ilegais são as extraídas de florestas nativas, oriundas de depredação indiscriminada. Por conta disso, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Semarnat) impõe condições para a produção e posterior venda das árvores com o objetivo de garantir que a ação não terá impacto negativo no meio ambiente.

Os interessados em produzir devem apresentar um programa de gestão e tem que encontrar um terreno que não são de florestas, ou seja, um terreno inativo, sem qualquer vocação. A Semarnat verifica os dados e, se todos os requisitos são cumpridos, valida a plantação e emite um número de registro. De acordo com a Conafor, dos 848 produtores registrados no México, 155 têm a possibilidade de comercializar as suas árvores este ano. Dos 11.335 hectares de plantações de árvores de Natal do país, 5.127 estão em 86 municípios e foram apoiadas pelo órgão de 2002 até hoje.

Nos arredores da Cidade do México, um dos pontos de venda autorizada é o Vivero Potreritos, um espaço com quase dois hectares de pinheiros. Em 2004, o produtor desse terreno, Jaime Camacho, apresentou as árvores à Semarnat. Naquela época, elas tinham apenas 30 centímetros e hoje já têm o dobro da altura dele.

"Fazemos um buraco e colocamos a muda lá. Tem que ser em época de chuva para que as árvores prosperem", explicou à Efe.

Quando chegam, as plantas são como um bebê. Precisam ser regadas uma a uma cuidadosamente, porque ainda não são capazes de conseguir água sozinhas.

Na maioria das vezes, as árvores são da espécie Pinus Ayacahuite, e precisam de mais ou menos cinco anos para ficar prontas para a venda.

"Os brotos que nascem muito tortos vão sendo podados de forma que o restante vá formando uma arvorezinha", esclareceu o agricultor, lembrando que o trabalho requer carinho e tempo, assim como é o trabalho de um ourives.

Os preços variam de 250 a 1.000 pesos (R$ 40 a R$ 170), dependendo do tamanho.

Onde antes havia uma árvore, futuramente haverá outra, provavelmente usando de base as árvores que já cumpriram a sua missão.

"Se deixamos uma plântula da árvore que cortamos, crescerá outra árvore", garantiu o agricultor.

E o que faz uma família escolher uma árvore ou outra? Camacho, que há anos faz esse trabalho, responde com um sorriso no rosto: "São as crianças que dizem qual árvore será escolhida".

Segundo ele, além do tamanho, se trata da ilusão que provoca o fato de ter uma árvore e ver a sua base se enche de presentes.