Congresso do Peru rejeita pedido de destituição do presidente Kuczynski
Lima, 22 dez (EFE).- O pleno do Congresso do Peru rejeitou, na quinta-feira, o pedido de destituição apresentado pela oposição contra o presidente Pedro Pablo Kuczynski por uma suposta "permanente incapacidade moral" pelos seus vínculos com a construtora Odebrecht.
Após uma sessão que durou mais de 13 horas, o pedido de cassação teve apenas 79 votos a favor e foi rejeitado, pois a lei indica que precisava do apoio mínimo de 87 dos 130 legisladores.
A moção recebeu 19 votos contra e 21 abstenções por isso foi arquivado e Kuczynski seguirá na presidência do Peru.
Na decisão final, os legisladores do bloco de esquerda Novo Peru tiveram um papel decisivo. Eles se retiraram antes da votação e exibiram cartazes que diziam: "Nem golpismo, nem lobismo".
No entanto, também aconteceu a surpreendente abstenção de dez legisladores do partido fujimorista Força Popular, que domina o Congresso e tinha anunciado uma votação em bloco a favor da cassação de Kuczynski.
A votação ocorreu após um debate no Congresso que durou mais de nove horas, que por sua vez esteve precedido pela defesa feita por Kuczynski diante do plenário durante mais de duas horas, acompanhado pelo seu advogado, Alberto Borea.
Na sua defesa alegação, Kuczynski pediu aos congressistas que "salvem a democracia" e rejeitem o pedido de destituição, ao negar ter favorecido a Odebrecht ou mentido na sua relação com a construtora.
O presidente compareceu perante o plenário para se defender do pedido de cassação por "permanente incapacidade moral", solicitada por conta da consultoria financeira dada pela sua empresa Westfield Capital a Odebrecht, entre os anos de 2004 e 2007 por um projeto de irrigação no Peru.
Kuczynski também pediu desculpas pois, segundo ele, deveria "ser o primeiro a notar as dificuldades para sanar as feridas após a disputa democrática" de 2016, onde obteve uma vitória apertada sobre a atual líder da oposição, Keiko Fujimori.
"Não está em jogo a minha permanência no cargo, está em jogo a estabilidade democrática. Não apoiem uma vacância sem sustentação, porque o povo não esquece, nem perdoa", afirmou o presidente.
Ele Kuczynski reiterou que é proprietário da Westfield Capital desde 1992, e que quando foi ministro do governo de Alejandro Toledo (2001-2006) essa companhia era administrada por seu ex-sócio Gerardo Sepúlveda.
Além disso, ressaltou que "a lei proíbe que (um funcionário público) administre interesses próprios ou de terceiros (em companhias privadas), mas os dividendos que um empresário recebe por parte de uma empresa são pela propriedade da mesma, não pela sua gestão".
"Sou um homem honesto, jamais recebi uma propina, um suborno, que tenha destorcido a minha vontade. Nem minha empresa, nem eu fomos contratados pelo governo, jamais incorri em conflito de interesses", frisou.
A rejeição ao pedido de destituição do presidente encerrou uma intensa semana de crise política no Peru, que começou na quinta-feira da semana passada, quando a Odebrecht divulgou um documento sobre as consultorias feitas pela empresa de Kuczynski. EFE
dub/phg
(foto)(vídeo)
Após uma sessão que durou mais de 13 horas, o pedido de cassação teve apenas 79 votos a favor e foi rejeitado, pois a lei indica que precisava do apoio mínimo de 87 dos 130 legisladores.
A moção recebeu 19 votos contra e 21 abstenções por isso foi arquivado e Kuczynski seguirá na presidência do Peru.
Na decisão final, os legisladores do bloco de esquerda Novo Peru tiveram um papel decisivo. Eles se retiraram antes da votação e exibiram cartazes que diziam: "Nem golpismo, nem lobismo".
No entanto, também aconteceu a surpreendente abstenção de dez legisladores do partido fujimorista Força Popular, que domina o Congresso e tinha anunciado uma votação em bloco a favor da cassação de Kuczynski.
A votação ocorreu após um debate no Congresso que durou mais de nove horas, que por sua vez esteve precedido pela defesa feita por Kuczynski diante do plenário durante mais de duas horas, acompanhado pelo seu advogado, Alberto Borea.
Na sua defesa alegação, Kuczynski pediu aos congressistas que "salvem a democracia" e rejeitem o pedido de destituição, ao negar ter favorecido a Odebrecht ou mentido na sua relação com a construtora.
O presidente compareceu perante o plenário para se defender do pedido de cassação por "permanente incapacidade moral", solicitada por conta da consultoria financeira dada pela sua empresa Westfield Capital a Odebrecht, entre os anos de 2004 e 2007 por um projeto de irrigação no Peru.
Kuczynski também pediu desculpas pois, segundo ele, deveria "ser o primeiro a notar as dificuldades para sanar as feridas após a disputa democrática" de 2016, onde obteve uma vitória apertada sobre a atual líder da oposição, Keiko Fujimori.
"Não está em jogo a minha permanência no cargo, está em jogo a estabilidade democrática. Não apoiem uma vacância sem sustentação, porque o povo não esquece, nem perdoa", afirmou o presidente.
Ele Kuczynski reiterou que é proprietário da Westfield Capital desde 1992, e que quando foi ministro do governo de Alejandro Toledo (2001-2006) essa companhia era administrada por seu ex-sócio Gerardo Sepúlveda.
Além disso, ressaltou que "a lei proíbe que (um funcionário público) administre interesses próprios ou de terceiros (em companhias privadas), mas os dividendos que um empresário recebe por parte de uma empresa são pela propriedade da mesma, não pela sua gestão".
"Sou um homem honesto, jamais recebi uma propina, um suborno, que tenha destorcido a minha vontade. Nem minha empresa, nem eu fomos contratados pelo governo, jamais incorri em conflito de interesses", frisou.
A rejeição ao pedido de destituição do presidente encerrou uma intensa semana de crise política no Peru, que começou na quinta-feira da semana passada, quando a Odebrecht divulgou um documento sobre as consultorias feitas pela empresa de Kuczynski. EFE
dub/phg
(foto)(vídeo)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.