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Polícia venezuelana dispersa manifestação em homenagem a policial insurgente

22/01/2018 17h53

Caracas, 22 jan (EFE).- Os corpos de segurança dispersaram nesta segunda-feira em Caracas, a capital da Venezuela, com gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha, uma manifestação em "homenagem" a Óscar Pérez, o policial que se rebelou contra o governo venezuelano e morreu na semana passada em uma operação policial para capturá-lo, uma ação criticada pela maior parte da oposição.

Cidadãos e alguns dirigentes da oposição se reuniram na tarde de hoje em uma praça próxima da Universidade Central da Venezuela (UCV), a maior instituição pública de ensino superior do país, e prometeram que "o sacrifício" de Pérez e dos outros seis integrantes de seu grupo, que foram todos mortos, "não será em vão".

"A melhor homenagem é lutar sem descanso e derrotar esta tirania (...). Hoje, nós venezuelanos dizemos que os sacrifícios destas pessoas não serão em vão", disse durante o seu discurso para uma centena de simpatizantes a líder opositora María Corina Machado.

"A opção é a luta, a luta contínua, a luta crescente", acrescentou María Corina, sem fazer referência direta aos protestos de rua.

No entanto, um grupo de jovens manifestantes bloqueou ruas próximas da UCV e enfrentaram com pedras efetivos da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), que responderam com gás e tiros de balas de borracha. Até o momento, não há informações de que este confronto deixou feridos.

Na segunda-feira da semana passada, Pérez e seu grupo, que incluía uma mulher, foram cercados em uma residência na localidade de El Junquito, na região metropolitana de Caracas, próxima dos estados de Vargas e Aragua, no norte do país.

Pérez usou as redes sociais para informar que desejava negociar seu entrega às autoridades, ao mesmo tempo em que pediu aos venezuelanos que saíssem às ruas em rebelião.

A operação resultou na morte de todos os que estavam dentro da casa, tachados como "terroristas" pelo governo, e de outros dois agentes das forças venezuelanas.

Hoje, o parlamento venezuelano denunciou que pelo menos 31 pessoas foram detidas nos últimos dias com relação a esse caso.

Pérez se rebelou contra o presidente Nicolás Maduro em junho do ano passado ao sobrevoar Caracas com um helicóptero policial, do qual efetuou disparos e lançou granadas contra dois edifícios oficiais, sem deixar feridos ou mortos.

Desde então, Pérez gravou na clandestinidade vários vídeos convocando um levante popular contra o governo chavista.