FBI diz que autor de ataque em Nova Orleans agiu sozinho e descarta ligação com explosão em Las Vegas

O veterano do exército americano suspeito de lançar uma caminhonete contra uma multidão que comemorava a chegada do Ano Novo em Nova Orleans aparentemente agiu sozinho, afirmou o FBI nesta quinta-feira (2). O ataque deixou 14 mortos e mais de 30 feridos, e o suspeito, identificado como Shamsud Din Jabbar, um americano de 42 anos que vivia no Texas, morreu em uma troca de tiros com a polícia. As autoridades descartaram qualquer tipo de ligação entre o ataque e uma explosão registrada poucas horas depois em Las Vegas.

"Houve 14 mortos, além do próprio autor; ou seja, 15 pessoas no total", resumiu Christopher Raia, vice-diretor adjunto do FBI, em uma coletiva de imprensa nesta quinta. Apesar das preocupações iniciais de que Jabbar pudesse ter cúmplices ainda foragidos, as investigações preliminares mostram que ele aparentemente agiu sozinho, informou Raia.

"Não acreditamos, neste momento, que alguém mais tenha se envolvido neste ataque além de Shamsud Din Jabbar", indicou o funcionário. Raia também informou que foram coletadas imagens de câmeras de segurança mostrando Jabbar posicionando duas bombas caseiras na Bourbon Street, local do ataque, e em uma rua adjacente.

Ao mesmo tempo, o vice-diretor adjunto do FBI descartou qualquer ligação entre o atentado em Nova Orleans e a explosão de um carro elétrico da Tesla no mesmo dia, em Las Vegas. "Até o momento, não há uma conexão conclusiva entre o ataque de Nova Orleans e o de Las Vegas", disse.

Lealdade ao grupo Estado Islâmico

O Pentágono confirmou que Jabbar serviu no Exército como especialista em recursos humanos e informática entre 2007 e 2015, sendo reservista até 2020, mas que foi destacado para o Afeganistão de fevereiro de 2009 a janeiro de 2010, onde chegou a ocupar o posto de sargento ao final de seu serviço. Segundo antecedentes criminais publicados pelo New York Times, Jabbar foi acusado de dois delitos menores: um em 2002, por roubo, e outro em 2005, por dirigir com uma habilitação inválida.

As autoridades destacaram o surgimento de provas indicando que o suspeito professava lealdade ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI). O presidente Joe Biden afirmou na quarta-feira que, horas antes do ataque, Jabbar publicou vídeos dizendo agir "inspirado" pelo EI. Já Anne Kirkpatrick, superintendente da polícia, descreveu Jabbar como um "terrorista", enquanto o FBI afirmou que "uma bandeira do EI foi encontrada no veículo".

O grupo jihadista Estado Islâmico sobrevive no Iraque e na Síria, apesar da destruição de seu "califado", que controlou vastas áreas em ambos os países entre 2014 e 2019.

Reações internacionais

Nesta quinta-feira, o Vaticano expressou pesar após o atentado. "O papa Francisco ficou profundamente entristecido ao saber das mortes e feridos no ataque ocorrido em Nova Orleans", afirmou o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, em mensagem ao arcebispado da cidade.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também declarou estar "profundamente entristecida pelo horrível atentado", enquanto Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse que as autoridades de seu país estão "chocadas com este incidente violento" e insistiu que Pequim se opõe "firmemente" a qualquer ato "terrorista contra civis".

O presidente da França, Emmanuel Macron, enviou uma mensagem às "famílias das vítimas e dos feridos". Em uma postagem na rede social X, ele expressou sua emoção "ao povo americano, cuja dor compartilhamos".

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também postou uma mensagem para as famílias das vítimas na qual denunciou um atentado "horrível" e uma "violência chocante", enquanto o chefe da diplomacia israelense, Gideon Saar, expressou suas "profunda tristeza" diante do ataque e declarou que "o terror não tem lugar em nosso mundo".

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou "veementemente" o ataque e expressou suas condolências às vítimas e suas famílias, "bem como ao governo e ao povo dos Estados Unidos". O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, disse nas redes sociais que estava "profundamente triste": "Meus pensamentos e orações vão para aqueles que foram feridos ou que perderam entes queridos", acrescentou.

(Com informações da AFP)  

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