Milhares de mulheres se manifestam em Buenos Aires para pedir lei de aborto
Buenos Aires, 20 fev (EFE).- Milhares de mulheres se manifestaram nesta segunda-feira em frente ao Congresso argentino para pedir uma lei que descriminalize o aborto, após promover durante o dia no Twitter uma campanha que transformou o pedido no assunto mais comentado no país na rede social.
As associações organizadoras da concentração em Buenos Aires fazem parte da Campanha Nacional pelo Aborto Legal, Seguro e Gratuito, que pediu que as manifestantes levassem lenços verdes, símbolo do movimento que em 11 anos apresentou em seis ocasiões a proposta parlamentar de uma lei de interrupção voluntária da gravidez.
Apesar de em todas essas ocasiões ter perdido sua vigência por não ser tratada, a proposta voltará a ser levada ao Congresso nos próximos dias, segundo afirmou à Agência Efe a dirigente da organização Plenária de Mulheres, Vanina Biasi, que denunciou que a atual proibição faz com que entre 50.000 e 100.000 mulheres terminem hospitalizadas após abortar clandestinamente.
Segundo as organizações feministas, que citam dados de alguns anos atrás do Ministério da Saúde, na Argentina acontecem meio milhão de abortos ao ano.
Biasi argumentou que a descriminalização desta prática não eleva o número de casos, e destacou que, enquanto a Argentina e a Espanha têm uma população similar, os números no país sul-americanos são mais elevados que na Espanha, onde a interrupção voluntária da gravidez está contemplada em uma lei de prazos.
A questão é um "debate necessário", segundo declarou à Efe Victoria Freire, membro da organização feminista Mala Junta, que criticou que mesmo os casos de aborto permitidos na Argentina (estupro e risco para a saúde da mãe) "muitas vezes não são respeitados".
Para Freire, o aborto não é um problema moral, mas "de saúde pública, da vida e do direito a decidir de todas as mulheres"; e relatou que, perante a proibição em vigor, há "redes" de mulheres que proporcionam fármacos abortivos para evitar os prejuízos que podem ser provocados pelos abortos clandestinos.
As duas ativistas concordaram em suas críticas à Igreja católica pela sua rejeição à interrupção da gravidez, e apontaram que nem o atual governo de Mauricio Macri nem os kirchneristas anteriores (2003-2015) quiseram tratar as propostas a respeito.
"Sabemos que só vão nos escutar quando nas ruas sejamos cada vez mais mulheres", comentou Biasi.
As associações organizadoras da concentração em Buenos Aires fazem parte da Campanha Nacional pelo Aborto Legal, Seguro e Gratuito, que pediu que as manifestantes levassem lenços verdes, símbolo do movimento que em 11 anos apresentou em seis ocasiões a proposta parlamentar de uma lei de interrupção voluntária da gravidez.
Apesar de em todas essas ocasiões ter perdido sua vigência por não ser tratada, a proposta voltará a ser levada ao Congresso nos próximos dias, segundo afirmou à Agência Efe a dirigente da organização Plenária de Mulheres, Vanina Biasi, que denunciou que a atual proibição faz com que entre 50.000 e 100.000 mulheres terminem hospitalizadas após abortar clandestinamente.
Segundo as organizações feministas, que citam dados de alguns anos atrás do Ministério da Saúde, na Argentina acontecem meio milhão de abortos ao ano.
Biasi argumentou que a descriminalização desta prática não eleva o número de casos, e destacou que, enquanto a Argentina e a Espanha têm uma população similar, os números no país sul-americanos são mais elevados que na Espanha, onde a interrupção voluntária da gravidez está contemplada em uma lei de prazos.
A questão é um "debate necessário", segundo declarou à Efe Victoria Freire, membro da organização feminista Mala Junta, que criticou que mesmo os casos de aborto permitidos na Argentina (estupro e risco para a saúde da mãe) "muitas vezes não são respeitados".
Para Freire, o aborto não é um problema moral, mas "de saúde pública, da vida e do direito a decidir de todas as mulheres"; e relatou que, perante a proibição em vigor, há "redes" de mulheres que proporcionam fármacos abortivos para evitar os prejuízos que podem ser provocados pelos abortos clandestinos.
As duas ativistas concordaram em suas críticas à Igreja católica pela sua rejeição à interrupção da gravidez, e apontaram que nem o atual governo de Mauricio Macri nem os kirchneristas anteriores (2003-2015) quiseram tratar as propostas a respeito.
"Sabemos que só vão nos escutar quando nas ruas sejamos cada vez mais mulheres", comentou Biasi.
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