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Kuczynski permite quebra de sigilo bancário e critica "show" em torno do caso

24/03/2018 18h51

Lima, 24 mar (EFE).- O ex-presidente do Peru Pedro Pablo Kuczynski, que renunciou ao cargo na última quarta-feira, autorizou a quebra de seu sigilo bancário neste sábado e chamou de "show midiático" a operação de busca e apreensão em seus imóveis em Lima, parte do caso que o investiga por lavagem de dinheiro.

Kuczynski informou que autorizou a Promotoria a quebrar seu sigilo bancário e que aceitou o pedido para não deixar o país enquanto durarem as investigações, uma proibição decretada hoje.

O juiz Juan Carlos Sánchez determinou hoje que Kuczynski seja proibido de sair do país por 18 meses, uma medida tomada por causa da investigação preliminar pelos vínculos do ex-presidente com a construtora brasileira Odebrecht.

Além disso, agentes realizaram ações de busca e apreensão em três imóveis de Kuczynski na capital do país.

"Não tenho nada a temer. Estou totalmente disposto a colaborar com as investigações dos promotores", disse o ex-presidente.

Kuczynski lembrou que conversou com os promotores em duas oportunidades e que também foi ao Congresso outras duas vezes para ser ouvido em comissões que apuram o escândalo da Lava Jato.

O ex-presidente afirmou que é o principal interessado nas investigações porque elas limparão o seu nome e mostrarão ao país que ele é vítima de acusações infundadas.

"É preciso deixar para trás o show midiático para pararmos de danificar a imagem do país. Que a perseguição e a vingança política não se instalem no nosso país", afirmou o ex-presidente.

O promotor Hamilton Castro explicou que está investigando transferências de dinheiro de empresas ligadas à Odebrecht a contas de Kuczynski ou de companhias associadas a ele na época em que o ex-presidente era ministro do governo de Alejandro Toledo.

Além disso, o ex-presidente é investigado por financiamento ilegal nas campanhas de 2011 e 2016.

"Existe uma suspeita inicial que permite seguir com essa investigação e considerar Kuczynski como investigado. É preciso descobrir a origem dos pagamentos e determinar se houve atos de corrupção e favorecimento de empresas pelo Estado", explicou Castro.

Kuczynski renunciou ao cargo na quarta-feira após a divulgação de vídeos nos quais aliados tentam comprar votos de opositores no Congresso para evitar a cassação do ex-presidente.