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Funcionárias do McDonald's apresentam denúncia por assédio sexual nos EUA

15.abril.2018 - Movimento Fight for US$15 está ajudando funcionárias do McDonald"s a denunciarem assédio sofrido no trabalho - M. Spencer Green/AP
15.abril.2018 - Movimento Fight for US$15 está ajudando funcionárias do McDonald's a denunciarem assédio sofrido no trabalho Imagem: M. Spencer Green/AP

Chicago (EUA)

22/05/2018 16h14

Um grupo de trabalhadoras do McDonald's apresentou nesta terça-feira (22) dez queixas em nível federal por casos de assédio sexual ocorridos em restaurantes da rede nos Estados Unidos e cometidos por colegas ou supervisores, anunciou a campanha "Fight for $15" (Lute pelos $15).

As queixas apresentadas à Comissão de Igualdade de Oportunidade no Trabalho (EEOC) dizem que funcionárias da cozinha e caixas foram apalpadas, ouviram comentários ofensivos, propostas de sexo e, em algumas situações, foram demitidas por denunciar os casos.

Organizadores da campanha a favor do aumento do salário para US$ 15 a hora, que representam às denunciantes, indicaram que, apesar do movimento #MeToo, integrantes do McDonald's e de empresas similares continuam a sofrer com esse tipo de ação.

Uma das reivindicações afirma que os supervisores não agiram quando a caixa de um restaurante da rede de comida rápida em Nova Orleans reclamou que um colega a assediou em várias ocasiões usando linguagem sexualmente explícita.

Em outra queixa, uma funcionária diz que o gerente de uma loja em Chicago perguntou se ela queria ver as partes íntimas dele e em seguida contou as fantasias que queria realizar com ela. A trabalhadora alega ter sido despedida ao denunciar.

"O McDonald's anuncia na TV que é o melhor trabalho dos Estados Unidos, mas minha experiência tem sido um pesadelo. Sei que não sou a única e é por isso que estou falando, para que outros não tenham que enfrentar o assédio que sofri", disse em comunicado Breauna  Morrow, de 15 anos e que trabalha em um McDonald's, de St. Louis, no Missouri.

McDonald's diz levar a sério acusações de assédio

Terri Hickey, porta-voz rede, afirmou que na empresa "não há lugar para o assédio e para a discriminação", levam "muito a sério as acusações de assédio sexual" e que "confiam" que os franqueados independentes, que são donos e operam aproximadamente 90% dos 14 mil restaurantes McDonald's dos Estados Unidos, "farão o mesmo".

O anúncio destas queixas foi feito hoje na porta da sede do McDonald's em Chicago, onde acontece a Assembleia Anual de Acionistas. Os funcionários exigem a aplicação da política própria de tolerância zero ao assédio sexual descrita no manual e nas regras dos franqueados, que gerentes e empregados sejam treinados para evitar estes casos e o estabelecimento de um sistema seguro e efetivo para receber e responder às queixas.

Esta não é a primeira vez que trabalhadores do McDonald's se queixam de assédio sexual ao EEOC. Em outubro de 2016, outros 15 casos cometidos por supervisores foram denunciados. O McDonald's é o segundo maior empregador dos Estados Unidos.