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Surge uma nova milícia étnica armada no Mali

23/05/2018 12h13

Bamaco, 23 mai (EFE).- Uma nova milícia armada "de autodefesa" formada por membros da etnia peul foi criada na região de Mopti, no centro do país, com o suposto objetivo de enfrentar a insegurança que castiga esta região, informaram nesta quarta-feira à Agência Efe fontes deste grupo.

A nova milícia, composta pelos peul do Mali e os de Burkina Faso e vai cobrir a região entre Dejnné (conhecida por ser ponto de contato entre nômades e sedentários) e Koro, tem como objetivo "proteger esta população contra os abusos que sofrem".

As fontes, que não disseram o nome da milícia, asseguram dispor de armas "brancas e de fogo" compradas de contrabando no Mali.

A comunidade peul assegura se sentir estigmatizada e acusada por outras comunidades de ser cúmplice da Frente de Libertação de Macina, grupo jihadista local aliado da Al Qaeda, comandado pelo salafista peul Amadou Kouffa e composto em sua maioria de combatentes desta comunidade.

Os observadores lamentam que a ausência do Estado no norte e no centro do país tenha propiciado uma multiplicação de milícias étnicas locais de autodefesa.

Os peul, que na sua maioria são pastores nômades e de religião muçulmana, estão presentes no Mali e em mais de 15 países subsaarianos.

Os membros desta comunidade nômade protagonizam frequentes confrontos com outras comunidades como os dogon e os bambara (agricultores) por conflitos sobre pasto, terra e água.

O primeiro-ministro malinês, Soumeylou Boubèye Maïga, visitou em fevereiro passado a região de Mopti e prometeu no mês passado no Parlamento devolver a segurança a esta região, assim como o retorno dos cargos administrativos locais, que estão desempenhando suas responsabilidades atualmente na capital, Bamaco.