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Oposição sul-sudanesa se recusa a assinar acordo final de paz em Cartum

28/08/2018 15h21

Cartum, 28 ago (EFE).- A oposição sul-sudanesa liderada pelo ex-vice-presidente Riek Machar se recusou nesta terça-feira a assinar o acordo final de paz com o governo do país por divergências em alguns pontos, ao término da terceira rodada de negociações no Sudão, mediador no processo.

"Os principais grupos opositores do Sudão do Sul, entre eles o Movimento Popular na oposição, liderado por Riek Machar, se recusaram a assinar o acordo de paz", indicou hoje em declarações aos veículos de imprensa o ministro das Relações Exteriores do Sudão, Al Dardiri Mohammed Ahmed, após a reunião.

No último dia 5, o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e a oposição assinaram um acordo de paz em Cartum que contempla um cessar-fogo por um período transitório de oito meses e a posterior constituição de um governo de união nacional.

No entanto, ambas as partes deixaram pontos pendentes para o fechamento do pacto final de reconciliação, que terminaria com cinco anos de guerra civil no país, mas que não foram aceitos hoje pela oposição armada, liderada por Machar.

As negociações entre as partes "terminaram", anunciou o chanceler sudanês, que afirmou que este documento final que não foi assinado será apresentado aos líderes da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento no Leste da África (IGAD), organização mediadora nas negociações, que será a encarregada de tomar uma decisão sobre o futuro das conversas.

A oposição anunciou hoje em comunicado que o documento atual "não determina" como será formado o comitê para preparar a Constituição do Sudão do Sul, assim como quem tomará as decisões no Governo e o Parlamento, e de quantos estados será formado o país.

"Rejeitamos assinar hoje o documento do acordo, já que não se chegou a uma solução a respeito dos assuntos apresentados pela mediação", explicou a oposição no texto.

No entanto, os opositores deixaram claro que não vão abandonar as negociações até que se chegue "a um acordo de paz justo e durável para o país".