Transexuais fazem passeata em Assunção em defesa dos direitos LGTBI
Assunção, 29 set (EFE).- Um grupo de transexuais fizeram neste sábado uma passeata em defesa dos direitos das pessoas trans, lésbicas, gays, bissexuais e intersexuais, que percorreu o centro da capital do Paraguai, Assunção, pelo 15º ano consecutivo.
A organização disse que este ano o evento deveria girar em torno do coletivo transexual, para festejar os avanços conseguidos e denunciar também as agressões que continuam sofrendo, com o assassinato de uma transexual no final de agosto.
Embora o motivo da manifestação tenha sido o protesto, as centenas de pessoas que se uniram à passeata o fizeram com espírito de festa, ao ritmo de batucadas, com a cara pintada, guirlandas de flores e bandeiras arco-íris e transgênero (azul, branco e rosa).
O desfile começou na escada de Antequera, ponto no centro de Assunção de especial significado para os grupos LGTBI, onde desde as 16h (horário local, 17h em Brasília) pessoas de diferentes idades se reuniram.
Nesse palco, as transexuais representaram uma "performance" em honra àquelas que lhes abriram o caminho, com a atenção na discriminação e na violência vivida durante a ditadura (1954-1989).
Através da representação encenaram as situações que se viviam durante esse etapa da história de Paraguai, com detenções e humilhações nas delegacias.
No entanto, a "performance" não se limitou ao passado, e também foram mostradas imagens das situações de rejeição que vivem em suas própias famílias quando confessam sua orientação sexual.
Entre aplausos, os presentes não esqueceram as reivindicações que os levam a se manifestar todo ano.
Leticia Brítez, uma transexual da cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil, participou da passeata pelo quinto ano e comentou à Agência Efe que os direitos do coletivo são "críticos".
"O desejo que temos é que pelo menos nós, as meninas trans, não sejamos assassinadas, que não sejamos uma a mais nessa estatística", disse Brítez, ao mesmo tempo que reivindicava uma lei de proteção.
Essas estatísticas registraram um total de 46 denúncias por violência contra transexuais ao longo de 2017, segundo um relatório feito pela associação de travestis, transexuais e transgêneros Panambí.
Os manifestantes atribuíram essas condutas, assim como a rejeição da homossexualidade, à tendência conservadora do país.
"A situação é muito difícil ainda. O Paraguai não acordou, para o Paraguai isto é novo", comentou à Efe Ariel Colmán, um dos jovens manifestantes.
Outra das manifestantes, Xiomara, de 19 anos, afirmou que "continua sendo um tema tabu no Paraguai", mas se mostrou confiante de que um dia isso mudará.
Nesta 15ª edição do evento, a organização protestou contra a violência, os assassinatos e a ausência de educação sexual integral nas escolas do país.
O dia 30 de setembro é o Dia Nacional dos Direitos LGTBI no Paraguai e a escolha desta data não é casual.
Nesse dia se lembra o 30 de setembro de 1959, durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), quando foi publicado na imprensa paraguaia a "Carta de um amoral", após a detenção de 108 homens suspeitos de serem homossexuais, a que as autoridades do regime relacionaram com a morte da locutor de rádio Bernardo Aranda, que foi encontrado queimado em sua residência.
A organização disse que este ano o evento deveria girar em torno do coletivo transexual, para festejar os avanços conseguidos e denunciar também as agressões que continuam sofrendo, com o assassinato de uma transexual no final de agosto.
Embora o motivo da manifestação tenha sido o protesto, as centenas de pessoas que se uniram à passeata o fizeram com espírito de festa, ao ritmo de batucadas, com a cara pintada, guirlandas de flores e bandeiras arco-íris e transgênero (azul, branco e rosa).
O desfile começou na escada de Antequera, ponto no centro de Assunção de especial significado para os grupos LGTBI, onde desde as 16h (horário local, 17h em Brasília) pessoas de diferentes idades se reuniram.
Nesse palco, as transexuais representaram uma "performance" em honra àquelas que lhes abriram o caminho, com a atenção na discriminação e na violência vivida durante a ditadura (1954-1989).
Através da representação encenaram as situações que se viviam durante esse etapa da história de Paraguai, com detenções e humilhações nas delegacias.
No entanto, a "performance" não se limitou ao passado, e também foram mostradas imagens das situações de rejeição que vivem em suas própias famílias quando confessam sua orientação sexual.
Entre aplausos, os presentes não esqueceram as reivindicações que os levam a se manifestar todo ano.
Leticia Brítez, uma transexual da cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil, participou da passeata pelo quinto ano e comentou à Agência Efe que os direitos do coletivo são "críticos".
"O desejo que temos é que pelo menos nós, as meninas trans, não sejamos assassinadas, que não sejamos uma a mais nessa estatística", disse Brítez, ao mesmo tempo que reivindicava uma lei de proteção.
Essas estatísticas registraram um total de 46 denúncias por violência contra transexuais ao longo de 2017, segundo um relatório feito pela associação de travestis, transexuais e transgêneros Panambí.
Os manifestantes atribuíram essas condutas, assim como a rejeição da homossexualidade, à tendência conservadora do país.
"A situação é muito difícil ainda. O Paraguai não acordou, para o Paraguai isto é novo", comentou à Efe Ariel Colmán, um dos jovens manifestantes.
Outra das manifestantes, Xiomara, de 19 anos, afirmou que "continua sendo um tema tabu no Paraguai", mas se mostrou confiante de que um dia isso mudará.
Nesta 15ª edição do evento, a organização protestou contra a violência, os assassinatos e a ausência de educação sexual integral nas escolas do país.
O dia 30 de setembro é o Dia Nacional dos Direitos LGTBI no Paraguai e a escolha desta data não é casual.
Nesse dia se lembra o 30 de setembro de 1959, durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), quando foi publicado na imprensa paraguaia a "Carta de um amoral", após a detenção de 108 homens suspeitos de serem homossexuais, a que as autoridades do regime relacionaram com a morte da locutor de rádio Bernardo Aranda, que foi encontrado queimado em sua residência.
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