Paraguai pedirá para Brasil revogar status de refugiados de dois processados por sequestro
O Paraguai voltará a solicitar ao Brasil a revogação do status de refugiados de Juan Arrom e Anuncio Martí, ex-dirigentes do Partido Pátria Livre (PPL) e processados pelo sequestro da esposa de um empresário em 2001, anunciaram fontes do governo paraguaio nesta segunda-feira (29).
A mudança de status facilitará a extradição ao Paraguai, de modo que ambos "prestem contas em relação à Justiça paraguaia", afirmou o ministro do Interior, Juan Ernesto Villamayor.
A decisão corresponde a ordens do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e exigirá a coordenação do Ministério das Relações Exteriores, do Poder Judiário e do Ministério Público, entre outras instituições.
"Vamos pedir ao Brasil a suspensão do status concedido a eles (em 2003) e vamos insistir com o pedido de extradição", ressaltou Villamayor.
Esta será a quarta tentativa do Paraguai para conseguir a extradição, embora desta vez existam "muitas expectativas favoráveis", de acordo com o ministro das Relações Exteriores, Luis Alberto Castiglioni.
O chanceler informou que trabalhará de forma conjunta com outras instituições do Estado para buscar a suspensão "do status inadequado" de Juan Arrom e Anuncio Martí.
"Não há apenas uma questão de acabar com a impunidade que esses dois criminosos usufruem, com o status de refugiado, também há uma questão de segurança nacional. Eles foram um pouco da raiz do (grupo armado) Exército do Povo Paraguaio (EPP), antes Pátria Livre", concluiu Castiglioni.
Martí e Arrom foram processados pela Justiça paraguaia pelo suposto envolvimento no sequestro de María Edith Bordón de Bernardi, esposa de um empresário paraguaio e nora do ex-ministro da Fazenda Enzo Debernardi. Ela foi liberada em janeiro de 2002, após o pagamento de US$ 1 milhão, segundo foi informado na época.
Pouco antes do julgamento, os dois homens desapareceram e foram libertados com sinais de tortura, um caso que resultou na renúncia de dois ministros, três chefes de polícia e na advertência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que pediu ao governo paraguaio, então presidido por Luis González Macchi, para que adotasse medidas cautelares para garantir a proteção de ambos.
O Brasil decidiu conceder aos dois a condição de refugiados políticos e a proteção para que residam livremente no território brasileiro.
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