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Maduro admite que há muita corrupção no governo e promete capturar ladrões

20/12/2018 21h17

Caracas, 20 dez (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reconheceu nesta quinta-feira que há muita corrupção em seu governo, mas disse ter criado um plano nacional para capturar os "ladrões infiltrados" no funcionalismo público.

"É verdade que há muita corrupção, há muita indolência e há muita burocracia. Há muito bandido por aí, se aproveitando dos cargos para roubar o povo", disse Maduro em um evento com simpatizantes que foi transmitido em rede nacional de rádio e televisão.

"São os piores inimigos que a pátria tem agora. Bandidos, ladrões que se disfarçam de vermelho (uma referência à cor que identifica o partido governista) e roubam o país", completou o presidente.

O líder do regime chavista ordenou que a vice-presidente do país, Delcy Rodríguez, comande um plano nacional para tirar os corruptos do governo da Venezuela. Além disso, afirmou que falta ao país uma "grande revolução educacional, moral e espiritual", que deve começar por não aceitar, sob nenhum aspecto, a corrupção na gestão pública.

"Os corruptos provocaram, e continuam provocando, grande prejuízo ao país", afirmou Maduro no discurso, pedindo que o povo venezuelano apoie a luta contra a corrupção e a burocracia no país.

País com as maiores reservas de petróleo já descobertas no mundo, a Venezuela enfrenta uma severa crise econômica que se traduz em escassez e hiperinflação. Opositores e várias ONGs responsabilizam, em parte, a corrupção do governo pelos problemas.

Relatório divulgado em novembro pela Transparência Internacional afirma que a corrupção agravou a crise alimentar na Venezuela e atrapalhou a produção de petróleo, principal indústria do país.

O Ministério Público da Venezuela informou que abriu nesta semana processos contra 100 funcionários do alto escalão da petrolífera estatal PDVSA por irregularidades administrativas que causaram prejuízos milionários aos cofres públicos.

No entanto, integrantes do parlamento da Venezuela, controlado pela oposição, afirma que a maior fonte de corrupção do país é o ferrenho controle do governo sobre o câmbio. Segundo os antichavistas, o país já perdeu mais de US$ 400 bilhões.

Maduro não falou especificamente sobre as denúncias dos opositores, mas prometeu que deixará para as futuras gerações um país livre, próspero e feliz. EFE