Parlamento grego ratifica o nome da Macedônia do Norte
Atenas, 25 jan (EFE).- A Antiga República Iugoslava da Macedônia passa a se chamar Macedônia do Norte a partir de agora, depois que o parlamento da Grécia ratificou nesta sexta-feira o acordo correspondente firmado com o país vizinho por maioria absoluta.
O denominado Acordo de Prespà recebeu o apoio de 153 dos 300 deputados da Câmara, dos quais 145 procedem das fileiras do partido governamental, o esquerdista Syriza, e os outros oito são parlamentares independentes, de centro ou dissidentes do ex-aliado do governo, o nacionalista Gregos Independentes.
A utilização do novo nome é vinculativa para todos os países e organizações internacionais, entre eles os mais de 100 países que chamavam a antiga república iugoslava simplesmente de Macedônia.
O acordo assinado às margens do lago fronteiriço de Prespà em junho do ano passado também contempla que o gentilício e a língua sejam denominados macedônio.
Esse último aspecto foi o que suscitou as maiores críticas da oposição, que acusou o governo da Grécia de ter feito muitas concessões a Skopje, já que esses termos não incluem nenhum complemento geográfico.
O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras fez uma nova defesa do acordo em seu discurso na Câmara, ao afirmar que o mesmo constitui o ponto de partida de uma nova era de estabilidade e progresso na região dos Balcãs.
Além disso, Tsipras acusou a oposição de não apoiar o Acordo de Prespà por interesses partidários, e não por ser contrária ao compromisso em si.
Nesse contexto, o primeiro-ministro acusou a legenda conservadora Nova Democracia de "hipocrisia" e afirmou que "seu problema não é o acordo, mas o Syriza", em referência a seu partido, e que, por isso, optou por assumir uma retórica extremista.
O líder da Nova Democracia, Kyriakos Mitsotakis, opinou que o acordo é um "erro" e afirmou que, se vencer as eleições, se reservará o direito de vetar a entrada da Macedônia do Norte na União Europeia, já que não pode cancelar o acordo em si.
A reta final das discussões no parlamento grego esteve acompanhada de uma nova manifestação nacionalista na Praça Syntagma, mas a concentração, que aconteceu no meio de uma intensa chuva, não reuniu mais de 50 pessoas.
Na quinta-feira, cerca de 3 mil pessoas se concentraram nesse mesmo lugar, enquanto no domingo foram 60 mil.
Os protestos se dirigem contra o uso de um nome que consideram exclusivo de uma região no norte da Grécia e patrimônio exclusivo dos gregos. EFE
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