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Após 35 dias e sem verba para muro, Trump assina decreto e encerra "shutdown"

26/01/2019 05h39

Washington, 26 jan (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na sexta-feira um decreto que prevê fundos à administração para as próximas três semanas, permitindo desta forma sua reabertura após um fechamento parcial de 35 dias, o mais longo da história.

Trump concordou em aprovar essa prorrogação orçamentária, que não inclui fundos para o muro, origem do desacordo com os democratas, depois que quase 800 mil funcionários públicos perderam sua segunda folha de pagamento consecutiva.

A reabertura acordada entre democratas e republicanos e avalizada por Trump é de apenas três semanas, tempo que o presidente deu à oposição para negociar um acordo migratório que inclua dinheiro para o muro.

"Isto não foi de maneira nenhuma uma concessão. Estou cuidando de milhões de pessoas que estavam ficando terrivelmente prejudicadas pelo shutdown", disse Trump, em um tuíte prévio à assinatura do decreto.

O presidente também lembrou que a reabertura avalizada é breve, e que forçará um novo fechamento ou declarará emergência nacional com objetivo de utilizar fundos para o muro sem a autorização do Congresso, se não houver acordo com os democratas antes do dia 15 de fevereiro.

A presidente da Câmara Baixa, a democrata Nancy Pelosi, com a qual Trump manteve uma verdadeira queda de braço durante estes 35 dias, opinou após o anúncio do acordo que "é triste que tenha demorado tanto para chegar a uma conclusão óbvia".

Trump foi forçado a aceitar o acordo diante da crescente rebelião de senadores republicanos dispostos a se aliar aos democratas para permitir a reabertura, e também pelos protestos dos funcionários forçados a trabalhar sem remuneração.

No dia em que perderam sua segunda folha de pagamento consecutiva, cerca de 14 mil funcionários do Internal Revenue Service (IRS) não foram trabalhar, em plena temporada de declarações de impostos.

Assim como um grupo de controladores aéreos, ocasionando grandes atrasos em dois dos aeroportos que servem Nova York - LaGuardia e Newark -, e também no da Filadélfia, gerando temores sobre o estado da economia americana.

Este fechamento parcial ou "shutdown", o mais longo da história, começou no dia 22 de dezembro e afetou cerca de 800 mil funcionários públicos, metade deles obrigados a trabalhar sem remuneração. EFE