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EUA retiram sanções a várias empresas russas apesar das queixas de democratas

Fundição Rusal Sayanogorsk de Alumínio é vista perto da cidade de Sayanogorsk, na região da Sibéria, na Rússia - Ilya Naymushin/Reuters
Fundição Rusal Sayanogorsk de Alumínio é vista perto da cidade de Sayanogorsk, na região da Sibéria, na Rússia Imagem: Ilya Naymushin/Reuters

28/01/2019 01h09

Os Estados Unidos retiraram neste domingo (27) as sanções ao gigante russo do alumínio Rusal e a outras companhias russas que tinham sido penalizadas pelos laços com o oligarca Oleg Deripaska, vinculado ao Kremlin, apesar do pedido da oposição democrata e de alguns republicanos de não relaxar essas medidas.

Em comunicado, o Departamento do Tesouro dos EUA informou que o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, por sua sigla em inglês) "retirou hoje as sanções impostas" em abril à Rusal, à sua companhia matriz, En+ Group Plc, e à empresa energética EuroSibEnergo.

Deripaska foi sancionado em abril de 2018 pelos laços com o Governo russo dentro de um pacote de restrições contra a Rússia pelas ações na Ucrânia e na Síria, além de pela suposta ingerência nas eleições presidenciais de 2016.

As três citadas companhias foram alvo também de represálias financeiras porque Deripaska exercia controle sobre elas.

O Tesouro declarou hoje que a "En+, Rusal e ESSE reduziram a quantidade de ações que Oleg Deripaska controlava direta ou indiretamente nestas companhias e acabou com seu controle" das empresas, por isso que se justifica a retirada das sanções.

"A maioria dos diretores nas juntas da En+ e Rusal serão independentes, incluindo pessoas americanos e europeias, que não terão nenhum laço de negócios, profissionais ou de família com Deripaska", sustentou o Tesouro, e precisou que as sanções contra esse oligarca seguem de pé.

Muitos legisladores americanos votaram a favor de manter as sanções ao considerar que, apesar das mudanças, Deripaska ainda mantinha demais controle sobre as companhias.

Alguns deles também consideraram inadequado retirar as sanções enquanto prossegue a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a suposta ingerência russa nas eleições americanas de 2016.

Deripaska tinha laços com o ex-chefe da campanha eleitoral do presidente americano Donald Trump, Paul Manafort, que foi investigado por Mueller devido à relação com oligarcas russos e ucranianos e se declarou culpado de um total de dez crimes de fraude em dois cortes diferentes.

Uma arrasadora maioria na Câmara de Representantes dos EUA, controlada pelos democratas, votou neste mês para impedir que o Governo de Donald Trump retirasse as sanções a essas companhias, com 362 votos a favor e 53 contra, entre eles muitos republicanos.

Mas esse esforço fracassou no Senado, onde faltaram três votos para conseguir os 60 necessários a fim de aprovar uma resolução destinada a deter o relaxamento das sanções.