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Evo Morales obtém 35% de apoio nas primárias na Bolívia

28/01/2019 00h59

La Paz, 27 jan (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, obteve neste domingo o apoio de 35,25% de seus militantes nas primárias realizadas pela primeira vez na Bolívia, enquanto os candidatos opositores, que chamaram seus seguidores a boicotarem esta votação, receberam porcentagens que não chegaram a 7%.

O governamental Movimento ao Socialismo (MAS) de Morales foi o partido com maior participação, enquanto entre as oito forças opositoras, o apoio foi de entre 3,1% do PAN-BOL aos 6,83% do MNR.

Os principais líderes opositores atingiram porcentagens em torno de 5%, como o ex-presidente boliviano Carlos Mesa e o senador Óscar Ortiz, e inclusive menores, como os 4,12% do ex-vice-presidente Víctor Hugo Cárdenas e os 3,78% do também ex-presidente Jaime Paz Zamora.

A presidente do Superior Tribunal Eleitoral da Bolívia, María Eugenia Choque, garantiu após comunicar aos veículos de imprensa os resultados preliminares que "restam desafios e desafios" quanto à participação.

Por sua vez, um dos porta-vozes do órgão eleitoral, Antonio Costas, disse que "por ser a primeira vez de um evento voluntário", já que em eleições como as gerais na Bolívia o voto é obrigatório, "houve uma participação muito interessante".

Tanto Choque como Costas coincidiram em apontar que a decisão de votar correspondeu a cada partido.

O MAS convocou seus seguidores, enquanto alianças como a Comunidad Ciudadana de Mesa e a Bolivia Dice No de Ortiz tinham anunciado que só obteriam os votos necessários para habilitar suas candidaturas para as eleições gerais de outubro na Bolívia.

Às primárias foram convocados 1.715.880 militantes de nove organizações políticas e alianças e os resultados definitivos podem demorar entre dois e três dias.

Esta votação para que os militantes se pronunciassem sobre os candidatos de seus partidos contava só com o apoio do oficialismo, que a defende como um exercício de democracia interna nas organizações políticas.

No entanto, a oposição denuncia que é uma despesa inútil, de cerca de US$ 3,9 milhões, porque os militantes só podem votar em uma candidatura de seu partido, sem alternativas, e uma tentativa do oficialismo de aprovar uma candidatura à reeleição de Morales, que consideram ilegal.

O órgão eleitoral habilitou a candidatura de Morales para um quarto mandato graças a uma decisão do Tribunal Constitucional da Bolívia, que estabeleceu o direito à reeleição indefinida.

A oposição argumenta que deve prevalecer a Constituição do país, que limita a dois os mandatos consecutivos, e um referendo que negou a Morales a possibilidade de eliminar esse limite.

O Constitucional já aprovou para um terceiro mandato a Evo Morales, no poder desde 2006, ao entender que o primeiro não contava porque em 2009 a Bolívia passou de República a Estado Multinacional. EFE