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Guaidó "ordena" transferência de contas no exterior para "evitar roubos"

28/01/2019 20h01

Caracas, 28 jan (EFE).- O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e autoproclamado presidente do país, Juan Guaidó, anunciou nesta segunda-feira que "ordenou" a transferência das contas do governo no exterior para evitar roubos e saques ilegais.

"Ordenei a transferência das contas da República para o controle das autoridades legítimas, para evitar o contínuo saque e destiná-las para satisfazer problemas", afirmou Guaidó em nota.

Segundo ele, o funcionamento e o controle dessas contas serão submetidos à aprovação da Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição. Guaidó também afirmou que vai propor as medidas necessárias para garantir mais transparência no uso dos recursos que estão em instituições bancárias de fora do país.

Guaidó afirmou que a medida foi tomada para evitar que o presidente do país, Nicolás Maduro, e sua "quadrilha" sigam "roubando dinheiro dos venezuelanos".

Na nota, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela não informou em que bancos estão essas contas do governo no exterior.

Além disso, Guaidó informou que iniciou o processo para nomear uma nova diretoria para a petrolífera estatal, a PDVSA, e para a Citgo, que atua nos Estados Unidos. O líder opositor também não antecipou nomes ou prazos para que isso ocorra.

Os anúncios de Guaidó foram quase simultâneos aos feitos pelos Estados Unidos. Hoje, a Casa Branca revelou a aplicação de novas sanções contra a PDVSA para "evitar futuros desvios de ativos da Venezuela" por parte do governo de Nicolás Maduro.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou que "o caminho de suspensão destas sanções à PDVSA é através da rápida transferência do controle para o presidente interino ou um governo posterior, eleito democraticamente".

A tensão política na Venezuela cresceu na última quarta-feira, quando Guaidó se autoproclamou presidente do país, em desafio a Maduro, considerado por ele como um "usurpador" do poder.

Maduro venceu com folga as eleições realizadas no país em maio do ano passado, mas a oposição e parte da comunidade internacional, incluindo o Brasil, afirma que o pleito foi ilegítimo. EFE