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EUA não descartam operação diante de crise na fronteira Colômbia-Venezuela

29/01/2019 20h00

Washington, 29 jan (EFE).- O assessor da Casa Branca para América Latina, Mauricio Claver-Carone, afirmou nesta terça-feira que "todas as opções estão sobre a mesa" em relação à crise na Venezuela e, em particular, para enfrentar os problemas "na fronteira" desse país com a Colômbia.

Em entrevista à Agência Efe, Claver-Carone deu uma pista sobre a menção a "5.000 tropas à Colômbia" que pôde ser lida nesta segunda-feira no caderno de John Bolton, o assessor de segurança nacional do presidente americano Donald Trump, durante uma entrevista coletiva na Casa Branca.

"Todas as opções sempre estão sobre a mesa", disse Claver-Carone ao ser perguntado se essa referência a tropas antecipava uma operação militar relacionada com a Venezuela.

"Em relação ao caderno e ao que se disse, obviamente os EUA e a Colômbia têm uma relação que data de muitos anos em questão de cooperação antinarcóticos, antiterrorismo. E obviamente na fronteira com a Venezuela houve muitos problemas, sobre os quais não entro em detalhes", afirmou o funcionário.

Claver-Carone, que é assessor de Trump e diretor de assuntos latino-americanos no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, não quis "entrar em detalhes" sobre se Bolton se referia a um possível envio de tropas americanas à Colômbia na anotação do seu caderno.

"O que posso ressaltar é a importância da relação entre os Estados Unidos e a Colômbia, que os dois países estamos vendo a situação na Venezuela com muita preocupação", comentou.

O assessor também lembrou que a isso se somam "os problemas de saúde pública, os problemas de terrorismo, os problemas com o ELN (Exército de Libertação Nacional) e grupos de narcóticos operando nas duas partes da fronteira".

"Tudo isto são problemas que conjuntamente os Estados Unidos e a Colômbia veem com muita seriedade e estamos enfrentando. E, certamente, aceitar uma transição constitucional pacífica na Venezuela seria uma maneira de mudar, de terminar este capítulo tão desagradável que a região viveu", concluiu.

Colômbia e Venezuela compartilham uma fronteira de 2.219 quilômetros, onde já foi denunciada a presença de grupos criminosos herdeiros dos paramilitares colombianos e das guerrilhas, assim como de delinquentes comuns e narcotraficantes.

O secretário de Defesa interino dos EUA, Patrick Shanahan, não confirmou nem desmentiu hoje o possível envio de soldados americanos à Colômbia, e o chanceler da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, assegurou nesta segunda-feira que Washington não propôs ao seu governo o envio de soldados. EFE