Pesquisa descobre genes que conseguem prever gravidade de infecção de dengue
Los Angeles (EUA), 29 jan (EFE).- Um grupo de 20 genes determina a resposta das pessoas ao vírus da dengue, uma descoberta divulgada nesta terça-feira e que permite prever com 80% de precisão se um indivíduo é mais propenso a sofrer com formas mais graves da doença.
Os autores do estudo, conduzido pela Universidade de Stanford, na Califórnia, nos Estados Unidos, acreditam que a descoberta abre caminho para a prevenção da doença, que afeta cerca de 400 milhões de pessoas no mundo e mata 500 mil pessoas a cada ano.
A pesquisa, divulgada na revista científica "Cell Reports", analisou dados de cinco estudos anteriores. Neeles, os 20 genes isolados pelos pesquisadores sobressaíram em todos os pacientes que desenvolveram casos severos da doença.
"Não comparamos pacientes saudáveis com infectados. Comparamos aqueles que tinham um caso não complicado com os que desenvolveram a dengue de forma severa", explicou Purvesh Khatri, professor de Medicina e Ciência de Dados Biomédicos da Escola de Medicina de Stanford e um dos autores do estudo.
Dessa forma, os pesquisadores conseguiram estabelecer o grupo de genes que permite saber se o paciente é mais propenso a sofrer mais com a doença, transmitida via picada do mosquito "Aedes aegypti".
As análises foram feitas em conjunto com o Centro de Pesquisa Clínica Fundação do Vale do Lili, em Cali, na Colômbia. Foram avaliados no local 34 participantes com dengue em fase inicial. A partir disso, os cientistas estabeleceram um prognóstico de desenvolvimento da infecção com base nos 20 genes identificados.
Os resultados coincidiram com as projeções, e os genes apontaram aqueles que teriam uma infecção mais severa e os que não.
"Essa amostra de população é pequena e queremos confirmar nossos dados em um grupo maior", explicou Khatri, anunciando que uma nova etapa do estudo será realizada também no Paraguai. EFE
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