EUA preparam represálias contra quem comprar ouro ou petróelo da Venezuela
Washington, 30 jan (EFE).- John Bolton, assessor de Segurança Nacional do presidente Donald Trump, advertiu nesta quarta-feira que os Estados Unidos estão preparados para atuar contra aqueles que façam negócios relacionados com o ouro ou o petróleo da Venezuela, dois dias depois de impor sanções à companhia petrolífera estatal PDVSA.
"O meu conselho aos banqueiros, brokers, operadores (das bolsas de valores), intermediários e outras empresas é: não negociem em ouro, petróleo ou outras matérias-primas venezuelanas que a máfia de (Nicolás) Maduro está roubando do povo venezuelano. Estamos preparados para continuar tomando medidas", escreveu Bolton em sua conta oficial do Twitter.
O assessor de Trump não deu mais detalhes sobre em que consistiriam essas represálias, nem se chegariam a ser impostas sanções secundárias àquelas companhias que negociem com empresas controladas por Maduro, como os EUA fizeram no caso das companhias estrangeiras que compravam petróleo do Irã.
A advertência de Bolton acontece depois que o presidente da estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA), Manuel Quevedo, anunciou que a petrolífera modificará suas operações e avalia mudar procedimentos contratuais por "força maior", diante das sanções impostas pelos Estados Unidos.
Junto ao petróleo, os Estados Unidos acreditam que o comércio de ouro é um dos principais apoios de Maduro para manter-se no poder, e o Tesouro assinalou em particular a Turquia pela sua compra de várias toneladas métricas desse metal precioso no ano passado.
Em novembro, o governo do presidente Donald Trump já havia anunciado sanções àqueles cidadãos e empresas americanas que façam "transações fraudulentas e corruptas" com ouro venezuelano, embora não tenha imposto restrições até agora aos negócios lícitos com esse setor.
Já as sanções contra a PDVSA, segundo os analistas, prometem contrair severamente o fluxo de caixa da Venezuela, um país que extrai da indústria petrolífera quase 96% das suas receitas.
Além disso, impactarão o abastecimento de bens básicos e combustíveis, um fenômeno que já afeta com força alguns estados fronteiriços.
Nesse sentido, a Casa Branca não está preocupada com a possibilidade de que a Venezuela busque mercados alternativos para contornar as sanções americanas, segundo afirmou em entrevista à Agência Efe nesta terça-feira o encarregado de América Latina no Conselho de Segurança Nacional, Mauricio Claver-Carone.
"O tipo de petróleo venezuelano somente pode ser refinado nos Estados Unidos, é um petróleo muito específico, é um petróleo muito grosso. Não há países, no mundo há muito poucos outros lugares onde possam fazer isso", disse Claver-Carone, que garantiu que Maduro tem "muito poucas opções" para exportar seu petróleo. EFE
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