Guaidó anuncia greve escalonada no serviço público da Venezuela
Caracas, 5 mar (EFE).- O chefe do Parlamento, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 50 países, anunciou nesta terça-feira uma greve escalonada no serviço público como mais uma medida de pressão contra o governo de Nicolás Maduro, que a oposição considera ilegítimo e ditatorial.
"Vamos definitivamente para uma greve escalonada na administração pública, proposta pelos sindicatos. Produto desta reunião, vamos construir as capacidades para não continuar colaborando com a ditadura e para que os funcionários públicos não sejam obrigados nunca mais a cooperar ou ser obrigados a nada", disse em entrevista coletiva o líder opositor, depois de se reunir com representantes de vários sindicatos em Caracas.
Guaidó anunciou que a partir de amanhã o Parlamento, de maioria opositora, começará a fazer reuniões com as maiores centrais sindicais, que reúnam mais de 600 sindicatos, para planejar ações que serão anunciadas progressivamente.
"Sabemos que surgirão ameaças, perseguição", disse, após fazer uma crítica sobre o país ter hoje "indicadores de guerra", como uma diminuição do Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 50% e uma inflação que superou os 2.000.000% no ano passado.
O líder do antichavismo se reuniu hoje com representantes dos trabalhadores do Ministério de Relações Exteriores, da estatal elétrica Corpoelec, de companhias telefônicas e de empresas de petróleo, todas sob o controle do chavismo governante.
"A pressão apenas começou. O movimento social agora é que vai para às ruas", afirmou ele, sem deixar de lembrar que a "luta" dos trabalhadores é anterior à tensão política, pois no ano passado os sindicatos lideraram o maior conflito trabalhista da história do país, como dezenas de protestos.
Maduro foi reeleito com folga em maio do ano passado, mas o pleito é considerado fraudado entre, outros motivos, por conta da impossibilidade dos principais adversários participarem da disputa. Diante disso, Guaidó jurou assumir de forma interina e liderar várias ações para recuperar a democracia e nesse movimento conta com o apoio de 50 nações. EFE
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