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Polícia apreende 3º jovem acusado de participar de massacre em Suzano

19/03/2019 10h31

São Paulo, 19 mar (EFE).- A Polícia Civil de São Paulo apreendeu nesta terça-feira um terceiro jovem que é investigado por supostamente ajudar a planejar o massacre cometido na quarta-feira passada por dois atiradores em uma escola na cidade de Suzano, na região metropolitana de São Paulo, que deixou dez mortos e 11 feridos, informaram fontes oficiais.

O adolescente, de 17 anos, foi apreendido em sua casa e permanecerá internado em uma unidade para menores infratores durante pelo menos 45 dias, com a possibilidade de prorrogação desse prazo em função de seu testemunho e do resultado do exame psicológico aos quais será submetido.

A detenção foi autorizada pela juíza Erica Marcelina Cruz, da 1ª Vara de Suzano, a pedido do Ministério Público, confirmaram à Efe fontes do próprio MP.

O menor, que não foi identificado, foi colega de classe na Escola Estadual Raul Brasil de Guilherme, de 17 anos, que, junto com Luiz Henrique de Castro de 25, assassinou cinco estudantes, duas funcionárias e o próprio tio, antes que ambos cometessem suicídio.

A polícia já tinha solicitado à Justiça a apreensão do menor na semana passada, sob a suspeita de que ele teria "participado do planejamento" do massacre na escola.

No dia seguinte, o jovem se apresentou à polícia junto com sua mãe e prestou depoimento, mas negou envolvimento no caso e foi liberado ao término do interrogatório.

No entanto, a polícia acredita que os três planejaram o massacre, com base na análise de conversas registradas nos telefones celulares dos atiradores durante a investigação.

Além disso, as autoridades fizeram uma série de buscas na casa do adolescente, cujos resultados foram apresentados ontem ao Ministério Público, que optou por solicitar sua apreensão.

Em outra frente, os investigadores analisam as imagens das câmeras de segurança de uma loja na zona leste de São Paulo, onde um dos atiradores aparentemente fez várias compras de materiais para realizar o massacre.

A polícia também está investigando se o terceiro jovem ajudou a fazer essas compras ou outras.

Segundo a polícia, as razões do massacre respondem unicamente aos anseios de reconhecimento e notoriedade por parte dos autores.

"Não se sentiam reconhecidos, queriam demonstrar que podiam agir como (o massacre em) Columbine, nos Estados Unidos, com crueldade e com um caráter trágico para que fossem mais reconhecidos do que eles", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes.

A tragédia de Suzano tem semelhanças com a ocorrida na Columbine High School nos Estados Unidos, um episódio que completa 20 anos em 20 de abril. EFE