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Rússia impõe condição para reconhecimento de eleições na Ucrânia

29/03/2019 10h00

Moscou, 29 mar (EFE).- O Kremlin declarou nesta sexta-feira que a postura russa sobre o reconhecimento do resultado das eleições presidenciais na Ucrânia, que serão realizada no domingo, dependerá de seu desenvolvimento.

"Isso (o reconhecimento) vai depender de como se desenvolvem as eleições. Não podemos falar disso agora porque o pleito ainda não foi realizado", disse à imprensa o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

Peskov lembrou, além disso, que os observadores russos não poderão supervisionar a realização do pleito no qual o comediante Vladimir Zelenski parte como favorito, já que foram vetados pelas autoridades eleitorais da Ucrânia.

O porta-voz também lamentou que "vários milhões de ucranianos que residem na Rússia não poderão votar" em 31 de março por conta da decisão de Kiev de não habilitar mesas eleitorais neste país devido às tensões entre ambos os Estados.

Segundo uma pesquisa divulgada ontem, Zelenski conta com o apoio de entre 18% e 23% dos cidadãos, enquanto seus principais rivais, a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko e o atual presidente Petro Poroshenko, seguem com entre 7% e 10% dos apoios.

Essa situação garante a realização de um segundo turno que seria disputado em 21 de abril.

Para evitar fraude nas eleições, Zelenski já anunciou que os partidários realizarão uma apuração paralela e registrarão as eventuais infrações durante a jornada de votação.

Moscou já manifestou na semana passada que com o atual presidente da Ucrânia, as relações entre ambos os países não iriam melhorar.

"Para o Kremlin seria muito melhor que (...) os ucranianos elegessem um presidente que avalie com sensatez a realidade, que tenha sabedoria política, que não seja um presidente da guerra, mas da paz e partidário de ter boas relações com os vizinhos, incluída a Federação da Rússia", afirmou o porta-voz do Kremlin. EFE