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Brasil começará a fabricar seu 1º míssil antinavio de superfície este ano

04/04/2019 21h52

Rio de Janeiro, 4 abr (EFE).- O Brasil começará a fabricar comercialmente ainda este ano o primeiro míssil antinavio de superfície totalmente desenvolvido no país, após realizar com sucesso dois testes com protótipos, e já planeja adaptações para poder usá-lo também de helicópteros e submarinos.

Os anúncios foram feitos pelas empresas responsáveis pelo desenvolvimento do Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP) durante a Exposição Latino-Americana de Espaço e Defesa (LAAD, na sigla em inglês), a maior feira do setor na região e que termina nesta sexta-feira no Rio de Janeiro.

O MANSUP, com 5,6 metros de extensão e 860 quilos de peso, alcança uma velocidade de até 1.000 quilômetros por hora em menos de sete segundos e tem um alcance de 70 quilômetros.

A Marinha de Guerra do Brasil já fez dois testes bem-sucedidos com protótipos do míssil superfície-superfície lançados ao mar de navios militares.

O primeiro protótipo foi lançado em 27 de novembro do ano passado da corveta Barroso em um teste que foi realizado a 300 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro.

Um segundo teste foi realizado no último dia 20 de março da fragata Independente e mais uma vez em frente à costa do estado do Rio.

"O projeto se encontra na fase final de desenvolvimento e o último protótipo será lançado em junho, a partir de quando começará a fase de transformação do míssil em um produto industrial", afirmou o engenheiro Delfim Ossamu Miyamaru, diretor presidente da Fundação Ezute, uma das empresas que participa do projeto de desenvolvimento do míssil.

O MANSUP, compatível com os lançadores MBDA instalados em vários dos navios da Marinha brasileira, pode ser equipado com uma ogiva de fragmentação explosiva de 154 quilos.

O desenvolvimento do míssil é fruto de um projeto iniciado há 10 anos e que envolve a Marinha e algumas empresas brasileiras como a Avibras, responsável pela propulsão e a carga explosiva; a SIATT, que desenvolveu o sistema de guia, controle e telemetria; e a Omnisys, responsável pelo radar de detecção do alvo.

O objetivo da Marinha com o projeto é poder substituir os Exocet MM40 com os quais conta atualmente na sua frota.

O diretor da SIATT, Antônio Rogério Salvador, afirmou na LAAD que, uma vez concluído o míssil antinavio de superfície, o governo brasileiro tem planos para desenvolver novas versões do projétil que possam ser lançados tanto de helicópteros como de submarinos.

Sobre o alcance do míssil, afirmou que seu desempenho é equivalente ao do Exocet Rocket 2 e que a ideia de poder usar o MANSUP nos mesmos sistemas de lançamento do Exocet gerará uma grande economia devido ao fato que não será necessário mudar os sistemas do navio. EFE