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Lenín Moreno afirma que Assange "violou" convenções sobre asilo diplomático

19.mai.2017 - Fundador do Wikileaks, Julian Assange - Justin Tallis/AFP
19.mai.2017 - Fundador do Wikileaks, Julian Assange Imagem: Justin Tallis/AFP

19/04/2019 08h04

Madri, 19 abr (EFE).- O presidente do Equador, Lenín Moreno, afirmou que o fundador do Wikileaks, Julian Assange, "violou reiteradamente as convenções sobre asilo" durante sua estadia na embaixada do Equador em Londres e por isso perdeu o direito de permanecer no local, de acordo com uma entrevista divulgada pelo jornal espanhol "ABC" hoje.

O presidente do Equador, que realiza uma visita a Washington, justificou a decisão "pela permanente intromissão política de Assange em assuntos internos de outros países", como Espanha, França e Estados Unidos, além do vazamento de informações sobre a vida pessoal do próprio Moreno, o que na sua opinião viola o príncipio de "asilo diplomático".

"Não podíamos permitir que o nosso país se transformasse em um centro de operação de grupos que buscam afetar a institucionalidade de outros países e afetar o direito à privacidade dos cidadãos", declara o líder equatoriano.

No último dia 11, o Governo do Equador retirou de Assange a condição de asilo diplomático.

Assange, de 47 anos, refugiou-se em 2012 na embaixada do Equador em Londres para escapar da extradição para a Suécia, onde era investigado por crimes sexuais.

O fundador do Wikileaks foi detido pelas autoridades britânicas assim que deixou a embaixada equatoriana.

Moreno insistiu que a decisão de retirar o asilo foi tomada "soberanamente", sem consultar outros países, como os Estados Unidos, que desejam a extradição de Assange pela divulgação de centenas de milhares de documentos confidenciais em 2010 e pelo seu papel na divulgação de e-mails do Partido Democrata nas eleições de 2016.

Na entrevista, Lenín confirmou, além disso, que desde que a decisão foi tomada, "os ataques cibernéticos aos sistemas informáticos equatorianos duplicaram". EFE