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Malásia extradita aos EUA ex-banqueiro da Goldman Sachs acusado de corrupção

06/05/2019 10h06

Bangcoc, 6 mai (EFE).- As autoridades da Malásia extraditaram um ex-banqueiro da Goldman Sachs requerido pelos Estados Unidos por supostos vínculos com o esquema de corrupção do fundo soberano malaio 1MDB, informou nesta segunda-feira o Escritório do Procurador-Geral do país asiático.

O malaio Roger Ng foi detido em Kuala Lumpur em 1º de novembro a pedido do Departamento de Justiça dos EUA, que apresentou contra ele três acusações envolvendo lavagem de dinheiro dos recursos desviados do fundo 1Malaysia Development Berhard (1MDB).

Ng foi entregue na sexta-feira ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, afirmou o procurador-geral Tommy Thomas em comunicado.

O banqueiro, de 47 anos e que deixou o Goldman Sachs em 2014, aceitou em fevereiro ser extraditado aos EUA, mas o processo atrasou por desavenças entre o Ministério de Interior malaio e a Justiça do país asiático.

Ng "deverá ser devolvido às autoridades malaias para enfrentar quatro acusações uma vez que o processo nos EUA seja concluído", detalhou Thomas.

A Justiça malaia apresentou quatro acusações contra o ex-banqueiro relativas à emissão de três séries de bônus por parte do 1MDB, avaliadas em US$ 6,5 bilhões, que foram cedidas ao Goldman Sachs entre 2012 e 2013.

Além de Ng, a Justiça malaia também investiga o banco e outro ex-diretor da entidade no país asiático, Tim Leissner, pelo mesmo caso, que implicaria o suposto pagamento de propina a vários funcionários.

O esquema de corrupção do 1MDB veio à tona em 2015, quando vários veículos de imprensa denunciaram o desvio de aproximadamente US$ 681 milhões do fundo para contas privadas do então primeiro-ministro, Najib Razak.

O caso contribuiu para a derrota de Najib nas eleições do ano passado. Desde que perdeu o cargo, o ex-premiê já se tornou alvo de 42 acusações na Justiça, entre elas lavagem de dinheiro e abuso de poder.

O Departamento de Justiça dos EUA calcula que cerca de US$ 4,5 bilhões foram desviados do 1MDB, dos quais US$ 1 bilhão teriam sido "lavados" nos EUA com a compra de imóveis, iates, joias e obras de arte, entre outros bens. EFE