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Bolsonaro demite Santos Cruz, e outro general assume Secretaria de Governo

13/06/2019 19h22

Brasília, 13 jun (EFE).- O presidente da República, Jair Bolsonaro, demitiu nesta quinta-feira o ministro da Secretaria de Governo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, provocando assim a primeira queda de um militar do gabinete ministerial desde que assumiu o poder, em janeiro.

Outro general, Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, chefe do Comando Militar do Sudeste desde maio de 2018 e que comandou, de 2011 a 2012, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), será o substituto no posto, segundo o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.

O motivo para a decisão tomada por Bolsonaro ainda não foi oficializado, mas fontes da presidência disseram à Agência Efe que obedece a "divergências ideológicas" com Santos Cruz, agora terceiro ministro a perder o cargo no governo Bolsonaro.

Santos Cruz teve sérias discordâncias com o filósofo Olavo de Carvalho, considerado "guru ideológico" de outra ala do governo e que fez críticas a alguns militares que ocupam ou ocupavam postos chave.

As críticas a Santos Cruz foram endossadas muitas vezes, sobretudo através das redes sociais, por dois dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro.

O general Santos Cruz já tinha ocupado cargos nos governos Dilma Rousseff (assessor da Secretaria de Assuntos Estratégicos) e Michel Temer (chefe da Secretaria Nacional de Segurança).

Como titular da Secretaria de Governo, Santos Cruz tinha sob sua responsabilidade a Secretaria de Comunicação (Secom), que foi alvo de críticas também por recorrentes problemas na relação com os veículos de imprensa. Muitos desses problemas, no entanto, foram polêmicas geradas pelo próprio Bolsonaro ou seus filhos através das redes sociais.

Bolsonaro já tinha demitido outros dois ministros nos quase seis meses de governo. O primeiro foi Gustavo Bebianno, que estava à frente da Secretaria Geral da Presidência, por suspeitas de corrupção, e o segundo, por problemas de gestão, foi o colombiano naturalizado brasileiro Ricardo Vélez Rodríguez, que era ministro da Educação. EFE