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Sakamoto: Crise de emendas é uma sacudida contra promiscuidade do Congresso

A crise das emendas que gerou racha no governo Lula é uma sacudida necessária contra a promiscuidade do Congresso, avaliou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News deste terça-feira (31).

O ministro Flávio Dino, do STF, reforçou que vai investigar a aplicação das emendas. Sua decisão tem 21 tópicos e no 12º ele ressalta que as verbas "terão o seu itinerário de consumação e os seus motivos devidamente apurados pela Polícia Federal".

É uma sacudida necessária para ver se a gente reduz o tamanho dessa promiscuidade via emendas. Emendas são importantes, mas não desse jeito. Então essa sacudida, por mais que chateie o mercado por aumentar as incertezas, também é um sinal de que há uma chance de colocar um freio nesse comportamento. Vamos ver o que acontece neste ano. Claro que estou sendo um pouco otimista, coisa que não é da minha natureza.

Há deputados ensandecidos e senadores muito irritados. Alguns parlamentares, inclusive, estão preocupados, como o próprio Arthur Lira, que agora deixa a presidência da casa no começo do ano, e que deve ser investigado pelo inquérito aberto pela Polícia Federal para entender quem é que liberou os R$ 4,2 bilhões em emendas, qual foi a razão disso e para beneficiar a quem.

Por que eu digo que é uma boa notícia, apesar desse clima de briga, de mercado alvoroçado, de fazer as pessoas dizerem 'ai meu Deus, não há harmonia entre os Poderes'? Gente, já não havia harmonia entre os Poderes, toma lá dá cá não é harmonia entre os Poderes.
Leonardo Sakamoto

O colunista do UOL seguiu sua análise sobre as emendas, afirmando que por muito tempo elas acabaram se tornando moeda de troca entre executivo e legislativo.

As emendas, ao longo de muitos anos, acabaram virando moeda de troca entre o executivo e o legislativo, com o executivo comprando votações. Agora, o legislativo puxou para ele o controle de repasses para as suas bases. Mas o ministro Flávio Dino falou chega, deu. Porque isso aqui é pornográfico, é uma promiscuidade total. E a última tacada do STF é que quatro bilhões em emendas foram suspensos.

O envio foi suspenso por Flávio Dino, que depois liberou em parte alguns recursos. Mas a Advocacia-Geral da União olhando para aquilo recomendou que era melhor não liberar nada, baseando-se em uma interpretação mais restritiva sobre as decisões de Dino.
Leonardo Sakamoto

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