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Acusado de exploração sexual de menores, R.Kelly fica preso até o julgamento

17/07/2019 02h13

Washington, 16 jul (EFE).- O cantor americano R.Kelly se declarou inocente, na terça-feira, dos 13 crimes sexuais dos quais é acusado pelas autoridades federais, mas um juiz decidiu que ele ficará preso sem possibilidade de fiança enquanto aguarda seu julgamento.

Kelly, preso na semana passada em Chicago (Illinois), compareceu ao tribunal dessa cidade, um dos dois - junto com Nova York - onde enfrenta acusações federais de exploração sexual de crianças e pornografia infantil.

Vestido com um macaco laranja e com os tornozelos algemados, o músico de R&B, perante o juiz federal Harry Leinenweber, se declarou inocente de todos as acusações.

No entanto, o magistrado decidiu negar-lhe a possibilidade de fiança depois que a acusação sublinhou a seriedade de seus supostos crimes e temia que Kelly fugisse do país se fosse libertado antes de seu julgamento.

"Estamos falando de garotas que estavam na sétima e oitava série", o que significa que elas tinham 12 ou 13 anos de idade, disse o promotor adjunto dos EUA, Angel Krull, durante a audiência, segundo o jornal "The Chicago Tribune".

"E isso não aconteceu uma ou duas vezes. Ele abusou sexualmente delas centenas de vezes antes de completar 18 anos", acrescentou.

Kelly, de 52 anos, é acusado em Chicago e Nova York de abusar de uma dúzia de vítimas desde a década de 1990, mas os promotores acreditam que o artista se aproveitou de "muitas mais" menores que ainda não foram identificadas, de acordo com Krull.

Segundo o texto da acusação em Nova York, Robert Sylvester Kelly - seu nome real - era o líder de um grupo de gerentes, guarda-costas, motoristas e assistentes que, em troca de benefícios pessoais e financeiros, recrutavam mulheres e meninas para realizar "atividades sexuais ilegais" com ele.

Essas pessoas, que "não toleraram a discrepância" e "isolaram" de suas famílias as supostas vítimas de serem "dependentes" financeiramente de Kelly, foram responsáveis por facilitar as relações sem revelar que ele tinha uma doença sexualmente transmissível, e produziam pornografia infantil.

O cantor já havia chamado a atenção das autoridades há algum tempo e, aos 27 anos, casou-se ilegalmente com a cantora Aaliyah, que tinha apenas 15 anos de idade.

Em 2002, surgiu um vídeo em que ele supostamente aparecia tendo relações sexuais com uma menor, mas em 2008 o cantor foi absolvido no julgamento onde era acusado de pornografia infantil.

Não está claro qual dos dois casos federais contra Kelly terá precedência: o caso de Nova York pode ter penalidades mais altas, então é possível que os promotores concordem em julgá-lo lá, mas o cantor já está sob custódia em Chicago e lá tem aberto outro caso por abuso sexual às mulheres.

Por enquanto, o juiz de Chicago agendou uma nova audiência para o dia 4 de setembro, e uma possibilidade é que o cantor responda as acusações em Nova York via teleconferência.

Mas se o juiz encarregado do caso de Nova York não aceitar essa opção, Kelly terá que viajar para o Brooklyn sob custódia do US Marshals Service para se declarar culpado ou inocente, indicou o "Chicago Tribune". EFE