Ucrânia e separatistas pactuam trégua para eleições legislativas de domingo
Moscou, 17 jul (EFE).- A Ucrânia e os separatistas pró-Rússia pactuaram nesta quarta-feira uma trégua que entrará em vigor a partir do próximo domingo, coincidindo com as eleições parlamentares antecipadas no país.
O acordo foi alcançado durante as negociações de paz em Minsk (Belarus), explicou à imprensa Martin Sajdik, representante especial para a Ucrânia da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
A trégua foi selada menos de uma semana depois do primeiro contato feito por telefone entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski.
Zelenski afirmou hoje que coincidiu com Putin na necessidade de fazer a troca de todos os prisioneiros de guerra em poder dos dois lados (69 ucranianos e 208 pró-Rússia).
Entretanto, o líder ucraniano impôs como condição a libertação primeiro dos cidadãos de seu país detidos em território russo, o que incluiria os que se encontram na Península da Crimeia e os 24 marujos aprisionados em novembro do ano passado perto do estreito de Kerch.
Nos últimos dois anos, Kiev e os separatistas pró-Rússia, que suspenderam as hostilidades em larga escala em 12 de fevereiro de 2015 com os Acordos de Paz de Minsk, assinaram quase 30 tréguas.
Embora a guerra generalizada tenha terminado com a assinatura desses acordos, as hostilidades são constantes em um conflito que já matou mais de 13 mil pessoas, entre combatentes e civis.
O partido de Zelenski, o Servo do Povo, desponta como o grande favorito à vitória nas eleições legislativas de domingo, segundo todas as pesquisas.
O presidente ucraniano, para quem a prioridade de seu mandato é pôr fim à guerra, se mostrou disposto a negociar com a Rússia, mas defendeu a inclusão de novos mediadores internacionais no conflito, como é o caso dos Estados Unidos.
As repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk elegeram no final do ano passado seus novos líderes, em pleitos que foram apoiados pela Rússia e condenados pelos países do Ocidente. EFE
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