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Conflitos intercomunitários já mataram 37 pessoas em 3 dias no Chade

09/08/2019 11h21

N'Djamena, 9 ago (EFE).- Pelo menos 37 pessoas foram assassinadas em três dias de confrontos entre pastores nômades e agricultores no leste do Chade, segundo informou nesta sexta-feira o presidente do país, Idriss Déby, que denunciou a "intensificação" dos conflitos intercomunitários.

"O conflito entre comunidades tem se tornado uma preocupação nacional. Assistimos a um fenômeno de má convivência", declarou o chefe de Estado em entrevista coletiva na capital chadiana, N'Djamena.

Os últimos acontecimentos, que deixaram quase 40 mortos, ocorreram na cidade de Ouaddai, no leste do país, nos três primeiros dias desta semana.

O leste, que faz fronteira com o Sudão, tem sido um cenário frequente de conflitos gerados porque pastores nômades árabes levam os seus camelos para terras de agricultores locais em Ouaddai.

"É uma guerra total que devemos enfrentar contra aqueles que usam armas e matam pessoas", disse Déby ao se referir ao conflitos entre os grupos armados e as forças de segurança, quando são enviadas para manter a paz.

Segundo uma ONG local, os combates começaram na segunda-feira em Hamra, onde foi encontrado o corpo sem vida de um jovem criador de gado. O caso provocou confrontos entre a comunidade da vítima e os agricultores de Wadden, nos quais pelo menos três pessoas morreram.

Os conflitos se transferiram na terça-feira passada para a cidade vizinha de Chakoya, onde os grupos se enfrentaram com armas e "a luta foi particularmente mortal", segundo uma fonte das autoridades.

Embora o presidente do país tenha divulgado que 37 morreram, fontes de hospitais locais afirmam o número de mortos pode chegar a 44.

O conflito entre pastores nômades e agricultores vem de várias décadas atrás, mas o presidente do Chade alertou que desde o começo deste ano a rivalidade se espalhou para outras regiões "onde a convivência era exemplar".

"Registramos mais de 40 mortes desde janeiro" na região de Sila, também no leste do Chade, lamentou Déby. EFE