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Resultados das primárias na Argentina atrasam e geram critícas ao governo

11/08/2019 22h18

Buenos Aires, 11 ago (EFE).- A divulgação dos resultados das eleições primárias realizadas na Argentina neste domingo atrasaram, provocando uma nova onda de críticas da oposição ao governo de Mauricio Macri, que busca a reeleição para a presidência.

A previsão era que os resultados começariam a ser divulgado às 21h locais deste domingo (mesmo horário em Brasília), mas mais de uma hora depois o Ministério do Interior ainda não divulgou a primeira parcial da apuração provisória do pleito.

O Consenso Federal 2030, um dos grupos de oposição a Macri, denunciou que o sistema de transmissão dos dados para a apuração está fora do ar.

"Tomara que isso se resolva em breve, mas nos preocupa", disse o chefe de campanha do Consenso Federal 2030, Alejandro Rodríguez.

O atraso abre um novo capítulo na troca de farpas entre governistas e oposicionistas sobre a confiabilidade dos sistemas de transmissão de dados e apuração dos votos fornecidos pela empresa Smartmatic. Hoje, o Ministério do Interior deve divulgar resultados não oficiais do pleito, que só serão confirmados pela Justiça Eleitoral na terça-feira.

"A discussão não é sobre uma empresa ou outra, mas sobre a responsabilidade institucional de primeira ordem, que é a do governo nacional. Por ser parte da disputa eleitoral, eles não podem se encarregar da apuração provisória", criticou Rodríguez.

A coalizão Frente de Todos, do peronista Alberto Fernández, líder das pesquisas, também questionou a demora e ameaçou divulgar sua própria apuração dos votos com base em dados coletados por fiscais da coligação nos centros de votação no país.

A Justiça Eleitoral determinou neste domingo que o Ministério do Interior só divulgue a primeira parcial dos resultados provisórios depois que 10% dos votos dos quatro maiores distritos do país forem contabilizados.

O governo de Mauricio Macri não se pronunciou sobre o atraso. No "bunker" da Juntos pela Mudança, a coalizão liderada pelo presidente, apenas o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, se pronunciou sobre a votação, mas evitou entrar na polêmica.

Fernández disse na noite deste domingo, pouco depois de chegar ao comitê de campanha da Frente de Todos, que a mudança já começou no país e que os argentinos responderam à mensagem enviada por ele e pela ex-presidente Cristina Kirchner, a vice de sua chapa.

"Dois terços da Argentina disseram basta ao governo", afirmou Fernández.

As primárias decidem que candidatos disputarão as eleições gerais do país no próximo dia 27 de outubro. Como as chapas das principais coalizões já estão definidas, as eleições servem como uma grande pesquisa nacional sobre as preferências do eleitorado argentino e são usadas para definir estratégias para o futuro. EFE