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Na ONU, China diz que tarifas comerciais podem levar mundo à recessão

27/09/2019 18h20

Nações Unidas, 27 set (EFE).- O ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou nesta sexta-feira, em discurso na Assembleia Geral da ONU, que a imposição de tarifas e de políticas comerciais controversas podem levar o mundo à recessão.

"As tarifas e as provocações comerciais que vão contra a indústria global e as cadeias de fornecimento solapam o regime comercial multilateral e a ordem comercial e econômica global, podendo, inclusive, levar o mundo à recessão", disse Wang, sem citar diretamente a guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a China.

Em outra crítica velada ao governo americano, o chanceler chinês afirmou no discurso que a "a construção de muros não resolverá os desafios internacionais", uma clara referência à promessa de Trump de erguer uma barreira na fronteira do país com o México.

China e Estados Unidos estão envolvidos em um conflito comercial iniciado pela Casa Branca no ano passado, que se traduziu na imposição mútua de tarifas sobre importação e que ameaça desacelerar o crescimento da economia global.

Entre outras questões, os Estados Unidos acusam a China de forçar empresas americanas que atuam no país a transferir tecnologia. Em março, o governo do país aprovou uma lei para proibir a prática no território chinês.

"Os avanços (tecnológicos) não devem ser monopolizados por nenhum país e ninguém deve obstruir os esforços de outros países de inovar. Não é legítimo nem justificável que um país em posição de poder imponha sanções unilaterais ou exerça jurisdição sobre outros países", afirmou o ministro.

Apesar das críticas, Wang disse que o governo da China está disposto a resolver os atritos comerciais de "maneira tranquila e racional". No entanto, fez um alerta aos EUA.

"Se a outra parte atuar de ma fé ou não respeitar uma situação de igualdade ou as regras das negociações, teremos que responder de maneira necessária para proteger nossos direitos legítimos e interesses", disse Wang.

"A China não se acovardará diante de ameaças nem se submetará por pressão", completou o chanceler. EFE