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Sínodo dos Bispos propõe ordenação de diaconisas para atuarem na Amazônia

08/10/2019 18h56

Cidade do Vaticano, 8 out (EFE).- A possibilidade de ordenação de diaconisas e de homens casados para atuarem na Amazônia entrou nesta terça-feira na pauta da terceira reunião do Sínodo dos Bispos, que acontece no Vaticano.

A ordenação de diaconisas foi apresentada por alguns padres sinodais em suas respectivas intervenções, de acordo com um comunicado divulgado pela Santa Sé sobre o encontro.

"O importante - foi destacado - é que a formação dos seminaristas seja reconsiderada e se torne mais próxima da vida das comunidades. Entre as propostas feitas, por fim, também a de pensar na possibilidade de uma ordenação diaconal para as mulheres, para valorizar a vocação eclesial", diz o texto.

Em entrevista coletiva posterior, o secretário da Comissão para a Informação, padre Giacomo Costano, explicou que não houve um debate formal sobre o tema, apenas a apresentação de temas a serem discutidos.

"Nenhum discurso compartilhado foi desenvolvido", esclareceu.

Uma das questões mais controversas deste Sínodo é o debate sobre a Igreja ordenar homens casados para solucionar a falta de sacerdotes na região amazônica. Por isso, os bispos falaram hoje sobre "novos caminhos para o ministério diante da urgência de pastores para a evangelização da Amazônia", segundo o comunicado.

"Reiterando que o celibato é um grande dom do Espírito para a Igreja, alguns Padres Sinodais solicitaram que fosse pensado na consagração sacerdotal de alguns homens casados, os chamados 'viri probati', com avaliação no tempo da validade ou não de tal experiência", diz a nota.

"Para outros, ao invés, esta proposta poderia levar o sacerdote a ser um simples funcionário da Missa e não, como deveria ser, um pastor da comunidade, um mestre de vida cristã, uma presença concreta da proximidade de Cristo", acrescenta o texto.

Outras questões apresentadas foram se a Igreja contribui para "a defesa dos direitos humanos" e também "o drama da criminalização de líderes, da comunidade e de movimentos sociais" na região amazônica.

Também presente na entrevista coletiva concedida posteriormente pelo padre Giacomo Costano, a relatora especial das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, denunciou a "criminalização dos povos indígenas", que segundo ela são "atacados pelo setor de mineração".

"Aprecio muito esse Sínodo, pois acredito se tratar de um processo que chega no momento certo, se considerarmos a gravidade da destruição do meio ambiente da Amazônia, a violência e a violação dos direitos humanos dos indígenas que querem proteger suas terras", declarou Tauli-Corpuz. EFE