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Vice-presidente do TSE boliviano renuncia antes do fim da apuração

Getty Images
Imagem: Getty Images

22/10/2019 21h55

La Paz, 22 out (EFE).- O vice-presidente do Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia, Antonio Costas, renunciou ao cargo nesta terça-feira pouco antes do fim da apuração dos resultados das eleições realizadas no país no domingo, em meio a protestos contra uma suposta fraude.

Em carta, Costas argumentou que a renúncia é "irrevogável" e que tomou a decisão por considerar equivocada a decisão do Tribunal Supremo Eleitoral de suspender a divulgação dos resultados da Transmissão de Resultados Eleitorais Preliminares (TREP), um sistema que faz uma contagem extraoficial dos votos e é mais rápido que a apuração oficial.

A decisão de interromper a divulgação dos resultados do TREP foi tomada na noite de domingo, quando perto de 80% dos votos haviam sido contabilizados. Naquele momento, segundo a parcial, o presidente do país, Evo Morales, disputaria o segundo turno contra o ex-presidente Carlos Mesa, principal candidato da oposição.

No entanto, de forma repentina, já na segunda-feira, o Tribunal Supremo Eleitoral retomou a publicação da apuração do TREP. Na primeira parcial divulgada pós-suspensão, Morales aparecia com uma vantagem de dez pontos percentuais, o suficiente para ser eleito no primeiro turno.

A mudança no resultado deu início a uma série de protestos em todo o país. Simpatizantes de Mesa tentaram invadir o hotel onde o Tribunal Supremo Eleitoral realiza a apuração em La Paz, acusando o órgão de ter fraudado o pleito. Em outras cidades, escritórios do órgão foram incendiados por manifestantes. Segundo a Promotoria-Geral do Estado, 27 pessoas foram presas.

A apuração dos votos no exterior já foi concluída. Morales, do Movimento ao Socialismo, supera Mesa com 59,84% da preferência do eleitorado. O opositor, que presidiu o país entre outubro de 2004 e março de 2005, ficou com apenas 27,07%

Segundo a lei boliviana, vence em primeiro turno o candidato que conseguir 51% dos votos. Ainda a hipótese de evitar a segunda votação com 40% dos votos, desde que com uma diferença de dez pontos percentuais para o segundo colocado no pleito. EFE